Cotidiano

Cunha mais uma vez defende mandato, antes de ser julgado em plenário

BRASÍLIA – Provavelmente na última defesa de seu mandato em comissões, antes da votação em plenário da perda de seu mandato ou não, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltou a atacar o processo contra ele, de novo acusou o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), de buscar os holofotes da mídia e negou que tenha feito qualquer ameaça a colegas da Casa. Cunha teve direito a se defender por vinte minutos.

— Não fiz ameaça aos parlamentares ao citar que 117 deputados têm inquérito e ações penais, alguns com mais de um. Disse que seja pela abertura do inquérito ou da ação penal que seja cassado o parlamentar. É um precedente de que qualquer acusação formal contar qualquer parlamentar seja precedente para abrir cassação de mandato. Não fiz ameaça a quem que que seja. Não tenho razão nenhuma para isso — disse Cunha.

O peemedebista pediu aos deputados da CCJ que, naquele colegiado, façam uma análise jurídica e não política e disse que os parlamentares que querem cassá-lo que deixem o julgamento político para o plenário.

— Que Vossas Excelências aqui examinem a peça juridicamente e que façam o juízo político no plenário. Os que desejam me punir porque perdem a eleição para mim e que sequer tem votos para disputar uma eleição, como a de ontem, os que são contra mim porque abri o impeachment (contra Dilma Rousseff) e querem buscar uma cabeça para desvalorizar o processo do impeachment, aqueles que me enfrentaram pela pautas e foram derrotados e os que querem minha retirada da vida pública para compensar seus fracassos que o façam no plenário — disse Cunha.

A tropa de choque de Cunha está bem menos atuante que ontem. Parlamentares do PT ocupam os principais lugares na CCJ, bem à frente de Cunha. Chico Alencar (PSOL-RJ) disse ser preciso cassar o mandato de Cunha e fazer o que clama a sociedade.

— Chega desse velório prolongado. Vamos partir para o féretro — disse Alencar.