Cotidiano

Cunha agora pede ex-ministro Mantega e prefeito Paes como testemunhas

SÃO PAULO – A defesa do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apresentou à Justiça Federal de Curitiba a substituição de duas testemunhas que tinham sido arroladas no processo que responde por crime de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato. Os advogados solicitaram que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sejam ouvidos no lugar de Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos, ex-gerente da Petrobras, e do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha.

Os advogados, na petição protocolada no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná na noite de sexta-feira, argumentam ?dificuldade de localização das testemunhas arroladas? anteriormente. O juiz Sérgio Moro ainda não se manifestou sobre o pedido.

Guido Mantega chegou a ser preso no dia 22 de setembro, na 34ª fase da Operação Lava-Jato, mas foi solto horas depois. O ex-ministro da Fazenda foi detido pela Polícia Federal enquanto acompanhava a mulher durante uma cirurgia em São Paulo. A prisão foi revogada seis horas depois.

No início do mês, no mesmo processo, Cunha chamou como testemunhas de defesa o presidente Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras 19 pessoas (incluindo Xavier Bastos e Jão Paulo Cunha). Na mesma petição em que solicitava que a denúncia do Ministério Público Federal seja rejeitada, os advogados de Cunha sustentam que, caso o juiz Sérgio Moro considere que é necessário prosseguir com a ação penal, é ?imprescindível? ouvir todas as testemunhas. Na petição, eles não explicam porque incluíram Temer e Lula, entre outros, mas alegam que a defesa precisou elencar muitas testemunhas porque Cunha é acusado de inúmeros fatos supostamente criminosos.

No processo, Cunha é acusado de receber propina em contas na Suíça por conta de negociações da Petrobras para compra de exploração de petróleo em Benin, na África. Delatores ouvidos pela Lava-Jato disseram que Cunha foi beneficiado com pagamentos em contas não declaradas no exterior. As contas são as empresas trusts que Cunha mais tarde assumiu ter criado, mas alegou não ter declarado por ter deixar de ser o titular. Cunha alega que era apenas o beneficiário das contas.

MORO MARCA DEPOIMENTOS

O presidente Michel Temer vai testemunhar por escrito no processo. Na segunda-feira,o juiz Sérgio Moro determinou que Temer se manifestasse se preferia ser ouvido em audiência ou por escrito.

Moro também agendou a data para depoimento do ex-presidente Lula no processo contra Cunha. Em ofício, o magistrado pediu que o juiz federal da 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo realizasse a intimação de Lula. O ex-presidente será ouvido por meio de videoconferência no dia 30 de novembro, às 17h30m.