Cotidiano

Cubanos e chefes de estados se despedem de Fidel Castro

HAVANA ? Após 3h45m, a cerimônia oficial de despedida de Fidel Castro, o evento mais emblemático após a morte do líder cubano, terminou com as palavras do seu irmão e presidente Raúl Castro, na Praça da Revolução, em Havana. Em um discurso que durou mais de duas horas, Raúl agradeceu em nome da família e do governo as mensagens que recebeu de todo planeta.

? Fidel foi um símbolo da anticolonialista, anti-apartheid e antiimperialista ? disse Raúl, que lembrou ainda de momentos históricos de Cuba e do seu irmão. Para ele, o evento reafirmava e também servia como continuidade da revolução.

O presidente cubano foi o 18º a discursar na noite desta terça-feira, após Nicolás Maduro, da Venezeula. Chefes de estados e representantes de outros países também discursaram na cerimônia.

A maior parte dos mandatários presentes era de governos ligados à esquerda, sobretudo latino-americana, como os presidentes do Equador, Rafael Correa; da Bolívia, Evo Morales; da Nicarágua, Daniel Ortega; da Colômbia, Juan Manuel Santos; e do México, Enrique Peña Nieto. Muitos líderes africanos também estavam em Havana, com destaque para Jacob Zuma, da África do Sul.

Se a ausência de grandes líderes globais ofuscou a cerimônia ? Barack Obama, Vladimir Putin, François Hollande, e nem Xi Jinping foram ?, também deu mais liberdade para que os presentes aproveitassem o evento para defender suas ideias.

? Fidel está morto. Morreu invicto. Somente o inexorável passar dos anos pôde derrotá-lo. Os que morrem pela vida não podem ser chamado de mortos ? discursou Rafael Correa, o primeiro orador internacional.

O áudio na praça estava ruim, e muitos cubanos acompanharam os discursos escutando no celular a rádio estatal.

? Nas últimas horas, escutei da imprensa burguesa que Cuba ia se dividir. Mas o mundo inteiro está vendo que o povo cubano está mais unido do que nunca para derrotar essa dominação imperialista ? afirmou Evo Morales.

O Brasil foi representado pelo Ministro das Relações Exteriores, José Serra, e pelo Ministro da Cultura, Roberto Freire, que não discursaram.

Durante a fala de Raúl Castro alguns jovens que acompanhavam a cerimônia gravaram o discurso por celulares, enquanto outros continuavam deitados no chão da Praça da Revolução. O local estava lotado, mas não foi divulgada a estimativa exata de pessoas presentes.

Ao fim do discurso, Raúl Castro disse uma das frases mais emblemáticas do irmão: Hasta la vitoria, siempre!