Cotidiano

CSN quer vender R$8 bi em ativos e negocia reajuste de preços

2014 754803765-2014 753861494-2014092267230.jpg_20140922.jpg_20140926.jpgSÃO PAULO – A Companhia Siderúrgica Nacional tem meta de vender cerca de R$ 8 bilhões em ativos, afirmou o presidente-executivo da empresa, Benjamin Steinbruch, nesta segunda-feira, acrescentando que a empresa espera uma melhora de margens no próximo ano apoiada em reajustes de preços de aço.

? O número que estamos mirando para efeitos de desalavancagem é algo em torno de 8 bilhões (de reais) ? afirmou o empresário em teleconferência a analistas de mercado. ? Pessoal fala que não gosto de vender. Realmente não, é uma tradição da CSN, até agora só compramos, mas quebramos essa premissa com a venda da Metalic. Queremos reduzir endividamento.

A CSN anunciou a venda da fabricante de latas Metalic no final de agosto, por US$ 98 milhões, para a europeia Can-Pack.

Mais cedo, a siderúrgica divulgou que encerrou o terceiro trimestre com queda de 81% no prejuízo líquido sobre o mesmo período do ano passado, a R$ 100 milhões.

Steinbruch, porém, não citou prazos para a empresa conseguir os R$ 8 bilhões em desinvestimentos. Ele afirmou que a CSN pode eventualmente vender participação de 20% a 30% da unidade de mineração Congonhas Minérios e que pretende continuar retendo o controle da divisão formada pela mina Casa de Pedra e pela mineradora Namisa.

Em setembro, a Reuters publicou que a CSN poderia vender 25% da Congonhas Minérios para investidores chineses. A empresa é a segunda maior produtora de minério de ferro do Brasil.

Steinbruch comentou que a companhia espera para o quarto trimestre o melhor resultado do ano e acrescentou que a empresa está pedindo reajuste de 25% a partir de janeiro nos preços de aço vendido a grandes clientes como montadoras de veículos. Para o restante da indústria, a CSN tem intenção de reajustar os preços em 10% a partir do início do próximo ano.

Neste ano, a empresa reajustou os preços do aço em cerca de 35% para a indústria em geral. O setor de veículos ainda não teve reajustes por contar com contratos de prazo mais longo.

Ainda dentro da estratégia para reduzir o endividamento, que terminou o terceiro trimestre em R$ 25,8 bilhões em termos líquidos, estável ante o segundo trimestre, a CSN pretende investir cerca de R$ 780 milhões em 2017, metade do previsto para este ano, disse Steinbruch.

A companhia tem débitos de R$ 5,5 bilhões vencendo em 2018 e R$ 7,3 bilhões vencendo em 2019. A relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado encerrou setembro em 7,4 vezes, ante 8,3 vezes em junho e 6,6 vezes no fim de setembro de 2015.

? Continuamos persistindo na venda de ativos. Vamos fazê-lo de forma inteligente, não vamos fazer de forma precipitada ou pressionada. São ativos que geram Ebitda e isso tem que ser feito de forma cuidadosa para maximizar os valores ? disse Steinbruch.