RIO ? O primeiro debate entre Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), organizado e transmitido pela TV Bandeirantes na noite desta sexta-feira, começou marcado por um clima respeitoso entre os dois candidatos a prefeito do Rio que avançaram ao segundo turno. Ao contrário dos debates no primeiro turno, marcados por ataques principalmente ao candidato do PMDB, Pedro Paulo, que não chegou ao segundo turno, Crivella e Freixo optaram por apresentar propostas com tranquilidade, embora tenham pontuado algumas diferenças.
A temperatura até ameaçou subir quando Freixo questionou Crivella sobre boatos difundidos na internet, creditando sua origem a ?aliados? do candidato do PRB. Crivella respondeu afirmando que tem um ?Himalaia? de divergências em relação a Freixo, mas frisou que manteria o respeito ao candidato:
? Freixo, você sabe que esse respeito é recíproco. Você fala de aliados… você tem ao seu lado partidos que protagonizaram grandes escândalos na política. Você tem responsabilidade nisso? Claro que não. Você não pode colocar nas minhas costas tudo que acontece na internet. Política é isso, um dilúvio de ódios e paixões ? declarou Crivella.
? Eu não fiz parte do governo que você chama de ?Petrolão?, e você foi ministro desse governo, candidato. Mas não estou falando de aliados, estou falando de crimes ? respondeu Freixo, antes de reiterar o discurso de respeito mútuo: ? Vou manter o respeito ao senhor, que sempre tive, fazendo um debate programático.
CRIVELLA ABORDA SAÚDE; FREIXO CITA EDUCAÇÃO
Ambos os candidatos foram perguntados, no início do debate, sobre qual seria sua primeira medida caso sejam eleitos para assumir a prefeitura a partir de 2017. Crivella abordou a Saúde, citando a fila de espera por cirurgias no Rio, enquanto Freixo mencionou propostas para a Educação:
? A primeira coisa que eu vou fazer se for prefeito é uma mobilização para a gente conseguir terminar com essa hedionda fila de cirurgias no Rio. Há uma demanda grande no estado por conta de ter quebrado, então é preciso que o prefeito do Rio assuma a gestão do SUS e faça uma grande mobilização para dar tranquilidade a essas pessoas que hoje estão até correndo risco de vida ? projetou Crivella.
? No dia seguinte à eleição vou chamar os educadores todos, e não falo só de professor, falo da merendeira, do inspetor, e vamos pensar qual escola a gente quer para o Rio de Janeiro. Queremos que a escola seja lugar da cultura, da visão crítica de mundo. Queremos discutir plano de cargos e salários dos professores e que a escola seja um espaço de construção da vida ? afirmou Freixo.
CLIMA TRANQUILO ERA ESPERADO
Na chegada à TV Bandeirantes, o candidato do PSOL havia declarado que “o segundo turno começa agora, neste debate”. Freixo chegou acompanhado da mulher, Priscila, da candidata a vice, Luciana Boiteux, do deputado federal Chico Alencar, do vereador eleito Tarcísio Motta e do diretor de televisão Daniel Filho, que apoia sua campanha. Em desvantagem na pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (Freixo tem 27% das intenções de voto contra 44% de Marcello Crivella), o psolista projetava um debate de alto nível.
? Esta primeira semana não teve campanha de rua, não teve comícios, acho que a eleição começa agora. Na segunda-feira começam os programas de TV, que serão muito importantes também ? disse Freixo. ? Este primeiro debate costuma ser uma espécie de ensaio para os outros, normalmente o último é o mais quente.
Crivella também afirmara na chegada à TV Bandeirantes que esperava um “debate em alto nível”.
? Acho que aquela parte que tratava da ética e da corrupção ficou para trás. Isso não faz parte da minha biografia e nem do Freixo. Agora é hora de discutir as melhores soluções inovativas para saúde, educação e transporte e para a questão da segurança ? disse o candidato do PRB.
