Cotidiano

Crivella discute em Brasília implementação do Criança Feliz no Rio

BRASÍLIA – Candidato que lidera a disputa no segundo turno para a prefeitura do Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB) decidiu ?expandir? sua campanha para Brasília e esteve nesta segunda-feira na capital federal, onde se reuniu com ministros do governo Michel Temer para tratar de projetos que deseja implementar em sua eventual gestão, caso vença o pleito.

Crivella almoçou no Senado com o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social), para discutir sua proposta de campanha de aderir ao programa Criança Feliz, lançado na semana passada pelo governo federal, com o objetivo de promover o desenvolvimento de crianças na primeira infância em famílias de baixa renda.

Mais cedo, Crivella esteve com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR), para falar da proposta de municipalizar o porto do Rio de Janeiro.

Durante o almoço com Osmar Terra, antes de embarcar de volta para o Rio, Crivella afirmou que a relação ruim com o PMDB no município e no estado não deve afetar o diálogo com o governo federal, também comandado pelo PMDB.

? Não dificultaria, porque sou muito bem articulado com o PMDB federal. Sou bem articulado em Brasília, estou aqui há mais de 15 anos, aprovei mais de 20 leis. Pelo contrário, nesse cenário eleitoral do Rio de Janeiro, tenho muito mais articulação com o governo federal e até estadual do que o meu adversário do PSOL ? disse.

Crivella falou que, apesar de rejeitar o apoio do PMDB no estado, tem procurado alianças com integrantes do partido. Ele comemorou a adesão da vereadora Rosa Fernandes à sua campanha.

? Tanto eu como Marcelo Freixo descartamos aliança com o PMDB porque eles estão envolvidos com os escândalos da Lava-Jato, do mensalão, do petrolão. Mas, há quadros importantes, ontem recebi o honroso apoio da vereadora Rosa Fernandes, que já está no oitavo mandato, respeitada na região Norte, de Irajá. Esse PMDB interessa sim ? afirmou.

Crivella disse também estar articulando apoiadores no PSDB, mesmo sem uma aliança formal com o partido. E afirmou esperar o apoio formal do PSD, na próxima quarta-feira, além do PSB e do PMB.

? Hoje tive conversas com Índio da Costa, com Hugo Leal, já tive conversas com o PSDB, terei com a Aspásia Camargo amanhã lá em casa. No PSDB tem grandes lideranças que estão nos apoiando, como Otávio Leite. Já recebi apoio de muitos vereadores no sábado, estou procurando fazer um novo arco de alianças. Pessoalmente, prefiro ganhar por um voto de vantagem, mas com uma ampla aliança, do que ganhar por um monte de votos e sem aliança ? afirmou.

PARCERIA

Sobre o programa para a primeira infância, Crivella disse se tratar de uma prioridade, apesar da escassez de recursos nos cofres do Rio de Janeiro. Ele calcula que o custo máximo do programa no município seria de R$ 40 milhões.

? Quero fazer parceria com o governo federal para a cidade do Rio. O custo é mil reais por família por ano. Hoje no Rio há 40 mil crianças vivendo abaixo da linha da pobreza. O custo máximo seria R$ 40 milhões. No orçamento da saúde e do Rio não é muito, pleo grande benefício que vai trazer para essas crianças ? afirmou.

Para Crivella, o programa pode ajudar a reverter índices de violência:

? Uma criança que nos seus primeiros seis anos de vida não tem os estímulos corretos vai manifestar, via de regra, pela violência, seu descontentamento com as circunstâncias. Isso pode gerar no futuro um adulto desajustado, e nós temos muito no Rio de Janeiro. Não se consegue entender como as pessoas ficaram tão violentas. É isso: faltaram os estímulos necessários nos seis primeiros anos de vida. Nós precisamos cuidar das 40 mil crianças que estão vivendo abaixo da linha da pobreza. Isso é prioridade, é cuidar do futuro, vai trazer um benefício enorme no combate à violência, sobretudo na saúde pública ? defendeu.