Cotidiano

Crítica: 'Rogue One' traz aventura e personagens que ficaram marcados na memória

Derivado da saga futurista criada por George Lucas nos anos 1970, “Rogue One: uma história Star Wars” se insere cronologicamente entre o “Episódio III: A Vingança dos Sith” (2005) e o “Episódio IV: Uma Nova Esperança” (1977). Para os não iniciados, vale explicar que, nesse intervalo, os guerreiros Jedi, aqueles que têm o poder de controlar a Força, foram praticamente extintos ou colocados na marginalidade. O filme, dirigido por Gareth Edwards, conta a história do grupo rebelde que rouba os planos da Estrela da Morte, uma estação espacial do tamanho de um planeta projetada pelo Império para perpetuar seu plano de dominação. Ou seja, estamos falando de homens e mulheres comuns afetados por um conflito indesejado ? nada incomum no cenário geopolítico atual.

“Rogue One” segue uma tendência no cinema de Hollywood de dar protagonismo a mulheres fortes e carismáticas, como se viu, para não ir muito longe, com Rey (Daisy Ridley), a heroína de “Episódio VII: O despertar da Força” (2015). É o caso de Jyn Erso (Felicity Jones), filha do cientista Galen Erso (Mads Mikkelsen), sequestrado por um general do Império para projetar a Estrela da Morte. Jyn se torna uma fora-da-lei e acaba sendo cooptada pelo rebelde Cassian Andor (Diego Luna) para se juntar à Aliança e ajudar a combater a dominação imperial. Quem é Felicity Jones, estrela de ‘Rogue One’

Como se tratam de personagens novos, dentro de um contexto sobre o qual se conhece apenas o roubo dos planos da Estrela da Morte por um grupo rebelde, o primeiro ato do filme tem um peso e uma morosidade maior. Os protagonistas são apresentados, suas funções são estabelecidas e a ação vai sendo empurrada para frente. Não admira que as primeiras exibições teste tenham tido resultados tão ruins e os roteiristas tenham sido chamados para reescrever boa parte do roteiro.

As mudanças que foram feitas talvez sejam reveladas em detalhes só daqui a muito tempo. O fato é que a partir do segundo ato, quando Jyn e Cassian se juntam à Aliança Rebelde, tentam encontrar Galen e acabam falhando em sua primeira missão, o longa embala de uma forma que lembra muito o ritmo dos primeiros três filmes da saga. É nesse momento que entram em cena alguns dos personagens que ficarão marcados na saga, como o sarcástico androide K2SO (Alan Tudyk), o extremista Saw Gerrera (Forest Whitaker) e o monge guerreiro Chirrut Îmwe (Donnie Yen). Rogue One: Uma História Star Wars

O terceiro ato traz como gran finale o heroísmo e a entrega desses heróis que conhecem a mitologia dos Jedis e o uso que faziam da Força, mas só dispõem de suas habilidades como guerreiros para lutar. É o momento em que o filme atinge sua temperatura máxima, e no qual também desfilam na tela alguns dos grandes personagens da saga, cujos nomes não vale a pena revelar sob pena de estragar muitas das surpresas que em pouco tempo serão estragadas pela sanha expositiva das redes sociais.

Em tempo: o “Rogue One” do título é o codinome dado ao grupo por um piloto do Império que desertou para ajudar a Aliança Rebelde, Bodhi Rook (Riz Ahmed). Rogue, em inglês, tem vários significados, inclusive “intruso”, o que explica a missão desses guerreiros e também a natureza desse episódio dentro da franquia “Star Wars”. É uma entre tantas autorreferências, citações e ganchos espalhados pela história. Um prato cheio para quem gosta de aventura, seja ou não fã incondicional da saga “Star Wars”.