Cotidiano

Crítica: Novo dos Deftones mostra destreza entre violência e veludo

photo-credit-frank-maddocks-extralarge_1457569542368_-1-.jpgRIO ? Se em 1995, quando apareceram com o álbum ?Adrenalize? (lançado pelo selo fonográfico de Madonna, o Maverick), os Deftones ainda corriam o risco de ser confundidos com um dos muitos seguidores da esquizofrenia pesada do Faith No More, lá pelo segundo, ?Around the fur? (1997), a sua personalidade estava bem formada. Hoje, a banda que ultrapassa duas décadas de carreira e lança sua oitava coleção de inéditas é um acúmulo de refinamentos que se traduz em um rock cheio de cores e dinâmica, dançando com destreza entre a violência e o veludo como nenhum colega da sua geração musical (aquela do chamado ?novo metal?).

Construído na dualidade que existe entre o conjunto de melodias e de névoa invocadas pelo vocalista Chino Moreno e as tijoladas do guitarrista Stephen Carpenter (um nem sempre reconhecido criador de grandes riffs), o novo disco dos Deftones agrega agressão, sensualidade e groove em um todo que passa longe do formulaico.

Com elementos de metal extremo, dream pop e pós-punk, ?Gore? não é apenas uma recompensadora experiência: ele traz estruturadas canções que se alternam entre o vigor puro e simples (?Doomed user? e a faixa-título, por exemplo) e a introspecção (?Phantom bride? ? a que tem um solo estranhamente convencional de Jerry Cantrell, do Alice in Chains ? e ?LMIRL?), para terminar com a purgação completa de sentimentos que é ?Rubicon? ? a faixa que melhor conserva o espírito dos jovens Deftones dentro de um contexto de sofisticação e segurança que só a maturidade traz.

Cotação: bom.