Cotidiano

Crise? Não ao Papai Noel

Cascavel – Na família de Papais Noéis, onde eles já chegaram a ser oito, hoje são seis na ativa e todos irmãos, os Bons Velhinhos estão rindo a toa neste Natal. A festa mais tradicional entre as famílias brasileiras vai ser sinônimo, mais uma vez, de bolso cheio aos barbudos simpáticos de plantão, afinal, eles também precisam pagar as contas durante todo o ano e ninguém os poupa dos tributos rotineiros de começo de ano como IPVA, IPTU, taxa de lixo.

Após uma crise que interferiu nos negócios, neste ano a agenda dos irmãos Estefano e Orlando Anzoategui está lotada para a noite mais feliz do ano. Segundo Estefano, os compromissos do irmão Orlando – que era o Papai Noel tradicional na Casa do Noel no Calçadão da Avenida Brasil – estão a todo vapor há semanas. Isso porque em 2017 ele está focado na gravação de comerciais.

Estefano, por outro lado, ocupa agora a poltrona vermelha deixada pelo irmão na Casa do Noel. Depois de atender os visitantes no Calçadão da Avenida Brasil, em Cascavel, com uma programação que se encerra neste sábado, dia 23 de dezembro às 23h, será a hora de pensar no grande dia e na grande noite.

A véspera de Natal será repleta de atendimentos domiciliares personalizados.

Contratados basicamente pela classe média alta, os dois começam a maratona – que não é de trenó – às 17h de domingo. “Meu irmão Orlando está com a agenda cheia e na minha ainda tem algumas vagas, mas são poucas”, disse Estefano, no início da semana.

Cobrando R$ 350 por visita que dura cerca de 30 minutos, os presentes são retirados na casa onde vai descer pela lareira, tudo para agilizar a logística e não atrasar os próximos atendimentos. “Geralmente alguém da família me encontra para entregar os presentes e aí vira uma grande festa. Tem presente para todos e é um momento único”, conta.

Até a meia-noite serão feitas de 12 a 14 visitas e, se a fila de espera for muito grande, as entregas podem passar da meia-noite, mas aí tem diferença de preço: é mais caro.

Estefano lembra que o valor pode até ser considerado alto, mas ele reconhece que Papai Noel vive disso uma vez por ano apenas. “Até tem Papai Noel que cobra R$ 50, R$ 100. Nós cobramos mais caro porque são muitos cuidados. A barba é natural, a roupa é bem cuidada, enfim, é uma manutenção por todo o ano para uma data apenas”, reforça.