Cotidiano

Crise da Ericsson se aprofunda com queda de 94% nos lucros; ações despencam 15%

ESTOCOLMO – A crise na Ericsson se aprofundou nesta quarta-feira, quando a maior fabricante mundial de equipamentos de rede móvel relatou uma queda de 94% no lucro operacional do terceiro trimestre e vendas em queda. Suas ações caíram mais de 15% e chegaram a seu menor valor em oito anos no início do pregão. A companhia ficou aquém da previsão dos analistas pelo quinto trimestre seguido, e disse não ver sinal de uma recuperação rápida.

A empresa sueca está tendo dificuldade com a queda nos gastos da empresas de telecomunicações, a nova tecnologia 5G ainda distante muitos anos e a concorrência acirrada da finlandesa Nokia e da chinesa Huawei.

Tendo demorado mais para cortar custos do que as rivais Nokia e Alcatel, que passaram por uma fusão recente, a Ericsson demitiu Hans Vestberg do cargo de presidente-executivo em julho. Desde então a companhia anunciou planos de cortar milhares de vagas, mas analistas disseram que os resultados do terceiro trimestre revelaram os desafios que ela enfrenta enquanto procura um novo líder.

“Agora o mercado os está pressionando a se transformar e esclarecer o que são e o que precisam fazer”, disse Sylvain Fabre, da consultoria Gartner.

O CEO interino, Jan Frykhammar, tem confiança de que a Ericsson pode reagir, observando que corporação passou por uma situação semelhante entre 2007 e 2009, quando esperava a demanda pela tecnologia 4G se fazer sentir.

“Este não é em absoluto o começo do fim da Ericsson”, afirmou ele em uma conferência com analistas e a mídia.

A Ericsson informou que seu lucro operacional do terceiro trimestre despencou dos 5,1 bilhões de coroas de um ano atrás para 300 milhões (US$ 34,8 milhões), incluindo gastos de reestruturação de 1,3 bilhão de coroas.