Cotidiano

Crescimento do Brasil não deve chegar a 0,5%, diz economista-chefe da CNC

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BRASÍLIA – A Confederação Nacional do Comércio (CNC) aposta que o crescimento do Brasil neste ano não deve chegar a 0,5%. A previsão foi dada pelo economista-chefe da entidade, Carlos Thadeu de Freitas, que argumentou que os cenários das contas públicas, dos juros e do câmbio não são favoráveis para uma retomada mais acelerada como espera o governo.

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? A atividade neste ano não será necessariamente brilhante ? frisou o economista em entrevista coletiva.

Para Freitas, que foi diretor do Banco Central, o BC tem interesse que o dólar fique mais baixo para controlar a inflação. Segundo ele, é assim que a autoridade monetária poderá garantir uma alta de preços de 4,5% neste ano e de 3% no futuro. No entanto, ele diz que o atual baixo patamar do dólar é prejudicial para a economia porque favorece as importações e inibe as vendas de produtos para o exterior.

? O BC não tem interesse que o dólar pare de cair ? resumiu.

Segundo o economista-chefe da CNC, 2017 será um ano bom para o varejo, mas não será melhor por causa do comprometimento da renda do brasileiro. O salário está contado para o pagamento de dívidas. Esse processo piorou com a escalada do desemprego.

? Nunca tivemos uma dívida tão baixa, mas as famílias estão comprometidas por causa de dívidas, desemprego e juros altos ? afirmou.

Por isso, Carlos Thadeu de Freitas defende que o BC use medidas macroprudenciais para estimular os bancos a refinanciarem dívidas. Ele quer que o Banco Central mexa nos depósitos compulsórios (parte do dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a recolherem aos cofres do BC). Freitas propõe que as instituições recebam benefícios para emprestarem esse dinheiro para os clientes em forma de renegociação de dívidas atrasadas.