Esportes

CPB não contava com medalha de Alan

Após o fracasso de Alan Fonteles nos Jogos Paralímpicos de 2016, Edilson Alves da Rocha, o Tubiba, chefe de missão do Brasil nos Jogos do Rio, disse que a entidade sequer contava com medalha do atleta para chegar ao Top 5, objetivo da entidade para esta competição. O velocista, recordista mundial dos 100m (10s57) e dos 200m (20s66) para amputados (T44), não chegou à final de nenhuma das duas provas individuais. Ganhou apenas uma prata numa prova de revezamento 4×100 (T42-T47, para amputados). E se depediu dos Jogos de 2016 na noite desta segunda-feira.

Tubiba falou que Alan abandonou os treinos e que chegou ao ponto de não ter índice para integrar a o grupo de 25 atletas da seleção brasileira permanente durante o ciclo para o Rio-2016. Ainda assim, a entidade manteve o apoio ao atleta, permitindo que ele usasse a estrutura do CPB e que viajasse com os demais para competições internacionais.

? A gente lamenta muito que tenha chegado nessa situação. Um atleta consagrado, o cara que substituiria de vez Oscar Pistorius depois do excelente Mundial de Lyon, em 2013. Mas, infelizmente ele pegou um caminho errado. Tirou um ano sabático sem o conhecimento de sua equipe de treinadores, sem o conhecimento do CPB. Procurávamos por ele para que treinasse e ele não aparecia. E isso foi indo, até que ele informou de um ano de descanso ? contou Edilson Alves da Rocha, o Tubiba, chefe de missão do Brasil nos Jogos do Rio.

Tubiba acredita que ele perdeu a melhor oportunidade de sua vida, a de ganhar uma medalha individual na frente da torcida brasileira. Mas, não fecha as portas para o atleta de 24 anos.

? Ele preferiu criar uma estrutura própria de treinamento mas acreditamos que sozinho é muito mais difícil. É novo e tem tudo para recuperar o prestígio em Tóquio-2020. Nós não rompemos com ele e estamos de braços abertos para apoiá-lo.

Perguntado se a participação dele era vexaminosa, Tubiba preferiu ser discreto. Avaliou como ?deixou a desajar?.

? A gente não contava com medalha dele para chegar na meta do Top 5. Está acima do peso, treinou menos do que poderia e Paralimpíada é alto nível.

Segundo Ciro Winckler, coordenador técnico de atletismo do CPB, a queda de prestígio de Alan chegou ao ponto de comprometer a questão financeira, ligada ao programa de treinamentos. Alan não faz mais parte da elite da seleção brasileira de atletismo desde que resolveu tirar seu ano sabático, entre meados de 2014 e início de 2015. E isso significou menos dinheiro repassado a ele.

? Alan não fez parte do grupo de elite de velocistas que participou do programa de treinamento com Michael Johnson (americano dono de quatro ouros olímpicos na pista) junto com outros corredores como Petrúcio dos Santos e Yohansson Nascimento (medalhistas com Alan no revezamento 4x100m). Ele não conseguiu o índice para fazer parte desse grupo, conforme determina a regra. Quanto ao lado financeiro, ele ganhava o salário máximo pago pela entidade aos atletas. Agora, está ganhando um salário intermediário ? contou Ciro.