Cotidiano

Corte no custeio só não afetará saúde e educação

Na educação, o prefeito afirmou ter encontrado ?gravíssimos? problemas de estrutura e que dependem de investimento imediato

Cascavel – Diante da imprensa, o prefeito Leonaldo Paranhos assinou decreto ontem determinando corte de 30% nos gastos da Prefeitura de Cascavel. “A determinação atende a uma necessidade para que possamos organizar as ações destes primeiros 100 dias de governo”, disse ele, ressaltando que só não serão atingidas por essa medida a saúde e a educação, setores que, segundo ele, “não podem esperar e precisam de investimentos imediatos”.

“A área da saúde está debilitada e vamos precisar ir além do que está previsto [no orçamento]”, argumentou, garantindo que haverá investimento adicional para abertura imediata do atendimento pediátrico nas UPAs do Brasília e do Veneza, bem como o início da implantação da “saúde humanizada”. Segundo ele, há unidades básicas inauguradas sem mobília e sem pessoal para trabalhar. “Temos que colocar isso para funcionar”.

Na educação, o prefeito afirmou ter encontrado “gravíssimos” problemas de estrutura e que dependem de investimento imediato. “Também vamos ter que ir além do que está previsto. Por isso, esse sacrifício momentâneo das demais secretarias”.

Até sexta-feira, todos os secretários apresentarão ao prefeito um estudo do orçamento que receberam e o detalhamento dos cortes a serem realizados e só então se saberá de quanto será a redução em recursos. E na segunda-feira, no auditório do Paço Municipal, a Secretaria de Educação vai apresentar um relatório sobre as condições e necessidades do setor e as necessidades de investimentos.

Contratos remanescentes serão revisados

Em entrevista coletiva logo após a assinatura do decreto determinando uma economia de 30%, Leonaldo Paranhos informou que já determinou a revisão de todos os contratos herdados da administração anterior para “ampliar a economia dos recursos públicos”.

No entanto, tranquilizou os fornecedores da prefeitura. “Dívida que foi contraída tem que ser cumprida, mas como já disse haverá revisão dos contratos e todos aqueles que entregaram os produtos e serviços contratados com a qualidade e quantidade estabelecida em contrato serão pagos normalmente”, disse.

Quanto às obras do PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado), Paranhos informou que no próximo dia 14 terá uma reunião com representantes do BID para rever pontos do projeto. “Não posso repassar o dinheiro do BID para a saúde e a educação, mas precisamos rever e alterar o projeto que, por exemplo, não prevê melhorias no acesso ao Aeroporto. Já pedi um estudo de viabilidade para ver se é possível incluir essa obra no projeto”, detalhou.

INTERIOR

Por fim, adiantou que vai determinar obras emergenciais nas estradas rurais para atender aos alunos que moram no interior e também aos agricultores, que precisam escoar a produção. “Precisamos e vamos ter uma ação muito forte pelo estado de abandono das nossas estradas do interior”, afirmou Paranhos.