Cotidiano

Contra golpes: Promoções exageradas colocam em risco a ?viagem dos sonhos?

Outlet é ilusão no segmento de agências de turismo do Paraná

Cascavel – A viagem dos sonhos de muitas pessoas tem sido barrada pela prática de golpes de agências de turismo em todo o Estado. No momento da compra dos pacotes com destinos para os mais diferentes lugares do mundo, o consumidor se ilude com promoções tentadoras e quando se aproxima da data de embarque, é surpreendido com o cancelamento de passagens e até mesmo o sumiço de quem fez a venda.

Um exemplo recente é uma agência de turismo de Curitiba que fechou as portas no último fim de semana. Muitos clientes que inclusive já tinham pagado por viagens para o ano que vem terão prejuízos e deverão passar as férias em casa. O anúncio da empresa sobre o fechamento foi feito pelas redes sociais, sem muitos esclarecimentos.

No ano passado, uma agência de viagens de Cascavel foi vítima de golpe relacionado à compra de ingressos da Copa do Mundo da operadora carioca DMX Tour. O prejuízo de empresários foi de R$ 607 mil, referente a cerca de 300 ingressos e pacotes que haviam sido comercializados entre cascavelenses.

A orientação de quem é bastante experiente no segmento de turismo é para que o consumidor compreenda as agências de viagens como prestadoras de serviços e que nem sempre o que aparenta ser bom para o bolso é o melhor negócio.

“Não existe outlet em agências de viagens. O cliente tem que se atentar e se a oferta é muito descomunal há algo errado”, ressalta o secretário do Sindetur-PR (Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Estado do Paraná), Italo Fantinato.

Responsável por uma agência de viagens e turismo em Curitiba há 30 anos, Fantinato diz que já presenciou práticas desleais no mercado por inúmeras vezes.

“Clientes afirmavam que o concorrente oferecia passagem a um valor muito mais baixo. Entramos em contato com a TAM e nem mesmo a companhia sabia da oferta”, lembra.

Há exemplos de promoções relâmpagos oferecidas por empresas que não são cumpridas.

“Sabemos que a maioria opta por aquilo que tem um melhor custo-benefício. No entanto, empresas que não têm uma boa uma saúde financeira, a exemplo do que ocorreu em Curitiba, acabam comercializando produtos que não podem oferecer”, explica Fantinato.

Margem mínima

O secretário do Sindetur-PR afirma que hoje a margem de lucro que cabe às agências é pequena e que normalmente os valores dos pacotes têm pouca diferença no mercado.

“Às vezes há acordos diferenciados das agências com hotéis para alguns pacotes, mas ressaltamos que em relação às passagens aéreas somente as companhias é que estabelecem ofertas e por isso é preciso muito cuidado ao fechar a compra”, orienta Italo Fantinato.

O cliente que for lesado deve recorrer aos órgãos de defesa do consumidor. As empresas que aplicam golpe também podem responder judicialmente pelo crime. O grupo de pessoas que foi prejudicado pela agência de Curitiba deverá encaminhar ação coletiva no Ministério Público para garantir seus direitos.

“São clientes que se programam com antecedência para viajar e mais do que o prejuízo financeiro, deixarão de realizar sonhos”, acrescenta Fantinato.