Cotidiano

Contexto: Lula ?esquece? ida a Bangu durante comício de Jandira

2016 941618167-201609271947024444.jpg_20160927.jpg

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu na noite de segunda-feira em um palanque em Bangu, ao lado da candidata do PCdoB à prefeitura, Jandira Feghalli. E destacou a suposta particularidade do evento na Zona Oeste:

Comicios Freixo Jandira

? Venho no Rio desde 1975 e ninguém nunca me trouxe aqui. É Cinelândia, Cinelândia? Essa mulher foi a primeira a falar ?você vai ver o povo do Rio que é trabalhador, vai na região que mais teve Minha Casa Minha Vida?. E estou aqui por outra coisa mais importante, por dever de lealdade.

Lula aproveitou o ensejo para criticar o senador Marcelo Crivella, que não se posicionou a favor da ex-presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment:

? Eu sempre fico preocupado para não citar nome de adversário, mas vou citar. O Crivella é cristão. E, como cristão, a gente não pode trair. A Dilma o escolheu pessoalmente para ser ministro, um pastor, que crê em Deus. Na primeira vez que Dilma precisou dele, ele se recusou a ser honesto e votou pela cassação.

ATAQUES A CABRAL

A crítica a Crivella e o elogio ao local escolhido por Jandira mostram que a memória do ex-presidente anda seletiva. No dia 25 de agosto de 2006, o ex-presidente fez dois atos de sua campanha à reeleição no Rio. Após passar em um evento em Nova Iguaçu do candidato petista ao governo, Vladimir Palmeira, ao qual chamou de ?companheiro?, seguiu para o ato que ganhou a capa dos jornais do dia seguinte: em um palanque montado por Marcelo Crivella, justamente em Bangu, chamou o bispo de ?governador?.

? Estou torcendo para esse homem ganhar as eleições. Se ele ou o Vladimir ganhar, a gente vai poder trabalhar em parceria.

Com um discurso repleto de referências religiosas, atacou o então candidato do PMDB, Sérgio Cabral, e destacou a lealdade de Crivella no Senado. Lula acabou reeleito, Crivella perdeu sua primeira tentativa de chegar ao governo estadual e, nos anos seguintes, coube a Cabral, então criticado, tornar-se o maior aliado de Lula no estado. Na política, como se vê, tudo muda. Mas Bangu continua no mesmo lugar.