Cotidiano

Consórcio propõe reajuste de 20% nas indenizações

Proposta está abaixo do reivindicado pelos agricultores, que pedem correção de 22,79%

Capanema – Depois de várias tentativas de acordo e rodadas de negociações frustradas, o Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu apresentou reajuste de 20% no caderno de preços, uma possível correção das indenizações pagas às famílias que terão suas terras alagadas durante a construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, entre os municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques, Planalto, Realeza e Nova Prata do Iguaçu. O anúncio ocorreu durante reunião no Palácio Iguaçu, em Curitiba.  

Conforme o agricultor Sidinei Martini, a proposta será repassada aos atingidos, e somente será aprovada caso haja o aval da maioria. “Foi um dos poucos encontros nos quais houve avanços. O índice proposto pelo consórcio ficou aquém das expectativas, já que reivindicamos correção de 22,79%, com base na inflação de 2013 a 2016”, explica. A revisão dos últimos três anos é necessária, de acordo com o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem), visto o período de conclusão do caderno de preços, finalizado em setembro de 2013.

O movimento reúne, desde quinta-feira, as famílias envolvidas nas negociações para discutir a proposta da empresa. A expectativa é de que hoje essas reuniões se encerrem para que no dia 27 de junho a decisão dos atingidos seja repassada ao consórcio.

Conferência

Uma das exigências do MAB é de conferir as amostras realizadas pelo consórcio que determinou o índice apresentado às famílias. Segundo Martini, a empresa garantiu que foram feitas verificações em propriedades da região para se chegar ao reajuste. As amostras, que seguem as normas de tabulação da ABNT, deveriam ter sido entregues na quinta-feira passada aos atingidos, mas até a tarde de ontem a comissão que representa os agricultores não havia recebido nenhum documento.

Compra de áreas

O Ministério Público concedeu prazo de três semanas para que o Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu apresente áreas destinadas ao reassentamento das famílias. Conforme Martini, até o momento nenhum imóvel foi adquirido pela empresa, o que dificulta a escolha dos atingidos, já que além dessa proposta, podem optar ainda por permuta ou carta de crédito. A oferta restrita de áreas na região é o que dificulta a compra de terras, que deve obedecer o limite de até 100 quilômetros da usina. Uma reunião está marcada para 8 de julho, em Curitiba, para que sejam definidas as áreas.