Cotidiano

Consórcio entrega nova tabela de preços a atingidos

A resposta dada pela empresa deixou muitas dúvidas entre os agricultores, mas que finalmente um número foi apresentado

Capanema – O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu entregou na segunda-feira (19) ao chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni, a nova tabela de preços dos valores das terras a serem alagadas entre os municípios atingidos pela construção da usina, especialmente entre Capanema e Capitão Leônidas Marques, locais onde os alagamentos vão abranger áreas ainda maiores.

A informação repassada pela Casa Civil é de que a proposta será encaminhada ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem) que fará a análise dos valores apresentados pelo empreendedor entre todas as famílias afetadas pela construção da hidrelétrica.

O representante do MAB na região, Sidinei Martini, informou que a resposta dada pela empresa deixou muitas dúvidas entre os agricultores, mas que finalmente um número foi apresentado. Ele explica que os preços das terras variam de acordo com o tipo de solo, topografia, benfeitorias e demais características de uma propriedade. “O que se pode adiantar é de que foi feita uma média de R$ 85 mil a R$ 90 mil por alqueire, com base em uma proposta elaborada pela Copel na última reunião em Curitiba [em 14 de setembro]”, diz. Inicialmente, os valores só valeriam para os atingidos de Capitão Leônidas Marques, mas foi unificada também às cidades de Capanema, Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu, localidades afetadas pelo empreendimento.

O que preocupa, conforme Martini, é de que, apesar da proposta, existem condicionantes que só serão repassadas pela empresa em reunião agendada para outubro.

Prazos

Na semana passada, o Governo do Estado fixou prazos para que o Grupo Neoenergia se posicionasse sobre as indenizações, cobrança feita pelos atingidos desde 2015, quando a obra foi retomada após embargo. Sobre esta demanda, a empresa tinha até a segunda-feira (19) para apresentar a nova tabela.

Áreas para assentamentos

Outra solicitação é a compra ou compromisso de adquirir áreas para o assentamento de parte das famílias atingidas, que apontaram três locais com características semelhantes às propriedades que hoje residem e tem sua produção estabelecida. Todas elas são na região Oeste do Paraná, nas cidades de Catanduvas, Corbélia e Toledo.

O Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu tem até 5 de outubro para solucionar este impasse. Caso contrário, há a possibilidade de o governo estadual pedir a paralisação da obra, conforme Martini. Até o fechamento desta edição, a empresa não havia se posicionado sobre o assunto.