Cotidiano

Conservador desponta como favorito para presidência do Parlamento Europeu

EU-PARLIAMENT_PRESIDENTESTRASBURGO ? O conservador Partido Popular Europeu (PPE) está prestes a conseguir o controle das três principais instituições da União Europeia (UE), em um período marcado pelas futuras negociações sobre o Brexit ? saída do Reino Unido do bloco. O político italiano Antonio Tajani, com experiência em Bruxelas e ex-porta-voz do presidente Silvio Berlusconi, desponta como o favorito para assumir a presidência do Parlamento Europeu, cuja votação está sendo realizada nesta terça-feira, em Estrasburgo.

Após cinco anos de presidência do social-democrata Martin Schulz, um acordo de última hora entre populares e liberais deram a liderança a Tajani. O movimento marca oficialmente o fim da grande coalizão entre PPE, social-democratas e liberais, que tem guiado os últimos anos da política parlamentar europeia.

Apesar do apoio dos liberais, o italiano Tajani, de 63 anos, não conta com a maioria absoluta para vencer nas três primeiras rodadas de votação. Na primeira, Tajani conquistou 274 votos dos 751 parlamentares, seguido pelo candidato social-democrata Gianni Pittella, com 183 votos. Se este resultado se mantiver, a eleição será resolvida em uma votação final por maioria simples entre os dois principais candidatos.

Dependendo de eventuais alianças, os partidos eurocéticos e de extrema-direita (cerca de 100 parlamentares de diferentes grupos) poderão ter um papel decisivo na última rodada.

Momentos antes da votação, o candidato liberal à presidência da Eurocâmara, o influente eurodeputado belga Guy Verhofstadt, retirou sua candidatura para apoiar Tajani. Em um comunicado conjunto das duas siglas, Verhofstadt considerou sua renúncia ?como o primeiro passo importante na construção de uma coalizão pró-europeia para reformar e reforçar nossa União?.

? Com (o presidente eleito dos Estados Unidos Donald) Trump, com (o presidente russo Vladimir) Putin, com outros desafios que a Europa enfrenta, é fundamental que cooperemos para reformar a UE ? acrescentou o dirigente liberal, para quem esta coalizão está “aberta a todos os grupos pró-europeus”.

Se conquistar a presidência do Parlamento, o PPE ficaria à frente das três principais instituições europeias, junto com a Comissão e o Conselho.

DISPUTA ACIRRADA

A eleição do sucessor de Schulz à frente da Eurocâmara é a primeira realmente acirrada desde 1979, quando os deputados foram escolhidos pela primeira vez por voto universal. Nessa ocasião, a tradicional coalizão entre conservadores do PPE e social-democratas, os dois principais grupos, se apresentou dividida.

Na opinião do socialista Pittella ? que anunciou sua candidatura para evitar o monopólio de seus até então sócios conservadores na câmara ?, ?seja qual for o resultado da eleição?, não se poderá ?mais falar de uma grande coalizão?.

Socialistas e conservadores e, em menor medida, liberais, se alternaram ao longo dos anos na Presidência do Parlamento, da Comissão e do Conselho, que representa os 28 países membros do bloco.

Atualmente, os dois últimos estão em mãos, respectivamente, de Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, ambos do PPE.