Cotidiano

Conselho de Ética rejeita inclusão de relatório do BC sobre Cunha

conselho-etica-cunhaBRASÍLIA ? O relatório do Banco Central que afirmou que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sua mulher, Cláudia Cruz, mantinham contas no exterior entre 2007 e 2014 foi rejeitado pelo relator do Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-RO), no processo que analisa o pedido de cassação do presidente da Câmara afastado. Rogério se negou a incluir o novo documento em seu próprio parecer, que pede a cassação do mandato de Cunha. O presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), negou pedido de parlamentares para mostrar o documento do BC ao abrir a sessão desta terça-feira.

O relatório concluiu que os dois cometeram irregularidades e cobra multa do casal, sendo R$ 1 milhão do presidente afastado (pelo período de 2007 a 2014) e outros R$ 132, 4 mil de Cláudia, por contas mantidas entre 2009 e 2011. (CONFIRA A ÍNTEGRA DO RELATÓRIO DO BANCO CENTRAL)

CUNHA 14.06 ATUALIZADO

O relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), afirmou que em respeito ao Código de Ética, não poderia acolher esse novo documento porque a fase de instrução de provas já foi encerrada. Mas deixou claro que os integrantes podem nortear seu votos pelo que está em seu parecer e também pelos acontecimentos dos últimos dias, incluindo esse novo relatório.

? Eu devolvo os documentos, por parte desse relator não constaram desse relatório, em respeito às regras. Obviamente que o convencimento se dá pelo conjunto das provas. Mas, pela natureza do processo nesse conselho ao formar seu convencimento, os deputados tomam por base o que está nos autos e nos acontecimentos ? disse Rogério.

Apesar do pedido do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), Araújo não quis debater o documento do BC no colegiado. Ele justificou sua decisão dizendo que o relatório não seria incluído no parecer de Marcos Rogério.

Por meio de sua assessoria, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, avisou que a defesa vai questionar e recorrer da decisão do Banco Central. “Declarar o Trust como gostaria o Banco Central é crime! A propriedade não é do deputado e portanto declarar como dele seria crime de falsidade”, diz Nobre, por meio de torpedo.

Na avaliação do Marcelo Nobre, a decisão do Banco Central será reformada com certeza. O advogado destaca ainda que o documento do BC “só corrobora a defesa no Conselho de Ética: em nenhum momento se fala da existência de conta em nome do cliente no exterior.”