Cotidiano

Concessionárias de pedágio ainda “devem” 119 km de obras e 16 intervenções

Os contratos terminam em novembro de 2021

Foto: Gilson Abreu
Foto: Gilson Abreu

Curitiba – A menos de um ano do fim dos contratos, as concessionárias que administram as rodovias pedagiadas do Paraná ainda precisam entregar 119 quilômetros de obras atrasadas nas estradas do Estado mais 16 intervenções estruturais, como a construção de trevos e interseções, em que o prazo determinado em contrato já estourou. Os contratos terminam em novembro de 2021.

O levantamento foi feito pelo deputado estadual Homero Marchese (Pros) e sua equipe. Durante cinco dias, eles percorreram todas as estradas pedagiadas do Anel de Integração, verificando o que estabelecia o contrato com o DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem) e os acordos de leniência firmados com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.

O deputado protocolou nove ofícios pedindo providências ao secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, ao diretor-presidente da Agepar, Reinhold Stephanes, e à procuradora da República no Paraná, Paula Cristina Conti Thá. Também foram enviados requerimentos pedindo explicações aos representantes de cada concessionária de pedágio.

“O que vimos é preocupante porque falta menos de um ano para o término do contrato e são muitas as obras que ainda nem foram iniciadas. Precisamos de uma resposta para essa situação. A população do Paraná já pagou um preço muito caro”, diz Homero, que integra a Frente Parlamentar do Pedágio na Assembleia Legislativa do Paraná, onde é responsável justamente pela fiscalização das obras não concluídas.

O deputado lembra que apontou desequilíbrio nos contratos de pedágio quando ainda era auditor no TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado) em 2012 e que, em 2018, todo o esquema que envolvia as concessionárias e os agentes públicos foi revelado pela Operação Lava Jato. “A operação mostrou que muita gente ganhou dinheiro enquanto o povo do Paraná pagava uma tarifa que não correspondia à realidade e não via as obras saírem do papel”, explica.

O levantamento indica que todas as concessionárias contam com alguma obra incompleta, seja uma duplicação, a adição de uma terceira faixa ou a construção de uma interseção. Somente a Caminhos do Paraná precisa entregar 71 quilômetros de duplicações nas BRs 277 e 476 e mais seis obras de engenharia. O raio-x das estradas feito pelo deputado mostra que ainda há 66 quilômetros de obras que precisam entregues até novembro do ano que vem, mas que estão dentro do cronograma previsto nos contratos.