Esportes

Competência ou sorte? Qual a fórmula para o sucesso da Chapecoense no futebol brasileiro?

Do desconhecido clube que chegava à elite do futebol do país em 2014 até aquele que é considerado como o segundo time de todo torcedor brasileiro atualmente, a Associação Chapecoense de Futebol traçou um caminho de vitórias e sucesso nos últimos três anos, caminho esse para muitos inesperado entre os especialistas em futebol Brasil afora.

Em 2016, o cenário do Verdão do Oeste não poderia ser dos melhores. Após três anos na Série A, o clube agora disputa vaga na Libertadores entre os seis primeiros do Brasileiro e é o finalista da Copa Sul-Americana. Feitos que colocam a Chape  com campanhas muito acima de grandes clubes nos últimos anos, entre eles São Paulo, Cruzeiro e Internacional.

Ao chegar à série A em 2014, como um desconhecido clube de Santa Catarina que nunca havia disputado a primeira divisão (diferente de seus conterrâneos mais famosos Criciúma, Avaí  e Figueirense) no cenário futebolístico nacional, a grande pergunta que surgiu entre os boleiros foi: a segunda colocação no Brasileirão da Série B o credenciaria para se manter na primeira divisão em sua estreia na competição?

A resposta seria sim. No primeiro ano da Chape na elite do Brasileirão, o clube ficou na 15ª colocação, com 43 pontos, a cinco pontos da zona do rebaixamento; No ano passado, a campanha melhorou, e a equipe de Chapecó terminou a disputa com 47 pontos. Agora, em 2016, a  duas rodadas do fim, o cenário é ainda melhor, já que, a duas rodadas do fim da competição,  o clube já atingiu a sua melhor marca na Série A, com 52 pontos, e agora disputa vaga na Taça Libertadores da América.

A opinão dos responsáveis pelo sucesso

O presidente do clube, Sandro Pallaoro, enxerga a ascensão da Chape nos últimos anos como um misto de vários fatores, desde a gestão até a simpatia dos torcedores de outros clubes.

“No começo não projetávamos estar onde estamos e acabamos nos tornando o clube queridinho da competição. Acho que isso a gente conquistou com esse trabalho dos últimos anos, em um clube que era sem série, chegou na Série A e já vai para o quarto ano.  É uma equipe nova no Campeonato Brasileiro, que não tem muita rivalidade com os grandes clubes, então pegou esse “queridinha”, “simpática” do Brasil. Para nós é bom, é importante isso, temos uma motivação a mais. O Brasil abraçou a Chapecoense. É um time simpático, é o segundo time de vários torcedores. Recebemos mensagens do Brasil inteiro”, explicou o presidente,  em entrevista coletiva na última quarta-feira.

À frente da equipe desde junho, o  técnico Caio Júnior apontou a gestão do clube como motivo para o sucesso da equipe dentro de campo.

“É uma soma de coisas que faz um time forte, e a parte administrativa do clube é muito bem feita. Não só os jogadores, mas também dos funcionários. Na questão de logística, o clube funciona muito bem, assim como a estrutura do dia a dia, o estádio e o centro de treinamento. O que considero bastante é a manutenção de trabalho, de um ano para o outro. Se mantém uma base de 15, 18 jogadores, e isso dá equilíbrio, começando o estadual com quase a mesma equipe. E além disso foi a equipe que menos trocou de treinador”, explicou Caio Júnior em entrevista ao site do Sportv.

Vaga na final da Sul-Americana coroa ano de sucesso

Com a Arena Condá lotada, com mais de 17 mil  torcedores, a Chapecoense conseguiu o seu maior feito na história. Ao segurar o 0 a 0 contra o San Lorenzo, da Argentina, na última quarta-feira, dia 23 de novembro, a Chape assegurou vaga nas finais da Copa Sul-Americana.

Em jogo dramático, o destaque da partida foi o goleiro Danilo, que fez defesas decisivas, uma delas aos 49 minutos do segundo tempo, o que garantiu o resultado. O Chapecoense havia conseguido um empate em 1 a 1 na primeira partida, disputada na casa do adversário.

“Esses jogos que estão por vir são fundamentais para a gente fazer história no clube. A gente tem que sonhar alto. Tem que pensar no agora. Nosso momento é o Brasileiro e a Sul-Americana. A gente não pode deixar escapar isso. Nem por um decreto”, enalteceu o zagueiro Neto em entrevista ao site oficial do clube.

O Verdão Catarinense espera agora a definição do adversário da final, que sai da partida entre entre Cerro Porteño, do Paraguai, e Atlético Nacional, da Colômbia.

Líder Palmeiras e provável jogo do título não intimida Caio Júnior

No próximo domingo, dia 27, às 17h, a Chape encara o líder Palmeiras fora de casa, pela penúltima rodada da competição, e um empate dará o título aos paulistas. O treinador Caio Júnior se sentiu incomodado com os comentários de boa parte da imprensa, que afirmaram que o Palmeiras terá um adversário fácil na conquista do título.

 “Acho que precisam nos respeitar mais. Ouvi gente dizendo que o Palmeiras vai ser campeão em cima da Chapecoense, que será um jogo mais fácil.  Nós vamos lá para buscar a vitória.Temos 52 pontos e estamos na final da Sul-Americana, precisamos ser respeitados”, concluiu.

Segundo as apostas do Brasileirão, os apostadores veem o Palmeiras com 74.1% de chances de vitória na partida, Outros 15.2% acreditam no empate, resultado que também daria o título para os paulistas; e 11.7% apostam em vitória da Chapecoense.