Esportes

Comitê Paralímpico aposta no sucesso do Rio-2016 para manter patrocínio

Após o sucesso do Rio-2016, em que o recorde de público no Parque Olímpico aconteceu justamente no período paralímpico (172 mil pessoas), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) aposta em renovação da parceria com a Caixa Econômica Federal para um novo ciclo, já de olho em Tóquio-2020. O presidente do CPB, Andrew Parsons afirmou ontem que, mesmo em um período de crise econômica, em que empresas como os Correios diminuíram seus repasses ao esporte, ele acredita que a instituição manterá a parceria, que já dura 12 anos, pelo menos nos mesmos valores (cerca de R$ 120 milhões).

? Vamos nos sentar com a Caixa Econômica para renegociar nos próximos dias. Não temos nenhuma sinalização, mas aposto em algo no mesmo nível dos últimos 4 anos, cerca de R$ 120 milhões. Será uma nova negociação, com um novo governo ? acredita Parsons, explicando que, ao contrário dos orçamentos fixos de alguns ministérios, as loterias não sofrem drástica diminuição. ? O patrocínio vem das loterias e do fundo de desenvolvimento de loterias, que é uma parte da arrecadação das apostas. Como essa arrecadação tem aumentado ano a ano e esse montante tem de ser utilizado, segundo regulamento da própria Caixa, na promoção das loterias, não vejo motivo para mudança.

A CEF confirmou que a renovação dos contratos de patrocínio ao esporte costuma ser realizada no final do ano, após recebimento e análise das propostas para o ciclo seguinte.

Parsons diz que os esportes paralímpicos vivem excelente fase e que o CPB terá arrecadação recorde em 2016. Isso porque a entidade teve acréscimo na verba anual que recebe por meio da Lei Agnelo/Piva (a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência modificou a distribuição dos percentuais destinados ao desporto, o paralímpico terá cerca de R$ 130 milhões). Em 2015, foram R$ 39 milhões. Parte será usada para gerir o CT, em São Paulo, inaugurado em janeiro (R$ 40 milhões). No total, a previsão do orçamento para 2016 será de 180 milhões, incluindo patrocínio da Caixa (em 2015 foi R$ 86 milhões).

AJUDA AO FUTEBOL DE 5

Sobre a declaração de Cássio, tetracampeão paralímpico com o futebol de 5, sobre a falta de estrutura dos clubes no país, Parsons se comprometeu a ajudar. O jogador disse que no seu clube, o Instituto de Cegos da Bahia, o mesmo de Jefinho, a quadra é improvisada.

? O CPB não tem braço para atender a todos os clubes. Promovemos os esportes para que consigam alianças locais. Podemos conversar com prefeituras da Bahia para que elas ajudem ? garantiu o cartola, que foi além: ? Se fosse diretor de marketing ou CEO de empresa, não teria dúvida e me uniria ao esporte paralímpico. Somos uma vitrine.