Cotidiano

Comissário da polícia é condenado pela morte de jovem em manifestação na Venezuela

leopoldolopez.jpgCARACAS – A procuradoria-geral da Venezuela anunciou nesta sexta-feira que foi condenado a quase 30 anos de prisão um comissário da polícia política pela morte de um jovem depois de uma manifestação em 2014 que desencadeou violentos protestos contra o governo que sacudiram o país e deixaram 43 mortos.

Em conexão com o caso também foi condenado a seis anos de prisão, o agente da Polícia Nacional, Andry Yoswua Jaspe, de 28 anos, pelo crime de “abuso de arma biológica”, disse a promotoria em um comunicado

José Perdomo Camacho, comissário do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, foi condenado a 29 anos e seis meses de prisão pelo crime de “homicídio doloso com premeditação e motivo ignóbil” contra Bassil Da Costa, de 23 anos, que morreu depois de ter sido atingido na cabeça por um tiro depois de participar de um protesto da oposição.

Perdomo Camacho, de 43 anos, também foi condenado pelo crime de abuso de arma biológica e quebra de convênios e acordos internacionais assinados pela Venezuela contra o uso de armas de fogo em manifestações.

Entre outros provas, o comissário teve imagens registradas em vídeo e fotos durante o protesto perto da Procuradoria em 12 de fevereiro.

Jesus Torrealba, secretário-geral executivo da coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD), que agrupa trinta partidos e organizações da oposição, disse que a sentença evidencia que os responsáveis pela violência eram agentes do governo e em consequência exigiu a libertação do líder da oposição Leopoldo López.

A oposição venezuelana transformou o caso de López e de outros cem ativistas presos, que classifica como presos políticos, em uma de suas bandeiras de luta para cortar o mandato do presidente Nicolás Maduro.

Em setembro do ano passado, Lopez foi condenado por um tribunal de capital a quase 14 anos de prisão sob a acusação de “incitação pública, associação para delinquir, danos à propriedade pública e incêndio intencional” por ser um dos promotores da marcha da oposição.

Após a morte de Da Costa e outros dois após essa marcha, entre fevereiro e maio de 2014, sucessivos incidentes violentos ocorreram em Caracas e outras cidades, deixando 43 mortos, 873 feridos e mais de 2.500 presos, de acordo com registros da Procurado