Cotidiano

Comissão do impeachment começa a ouvir testemunhas de defesa

BRASÍLIA – A comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment começa a ouvir nessa terça-feira as testemunhas de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. Serão ouvidos nessa sessão André Nassar, ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, e Gilson Bittencourt, ex-secretário-executivo adjunto da Casa Civil.

Como serão 40 os depoimentos indicados pela defesa e ainda haverá a realização de perícia, determinada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, o calendário da comissão será alongado. A previsão inicial era de conclusão da fase de diligências no dia 17, mas agora a fase pode se estendida até o dia 27. Com isso, a estimativa de votação passa a ser o final do mês de agosto.

Nessa segunda-feira, foram dispensadas quatro testemunhas indicadas por senadores aliados do presidente interino Michel Temer. O objetivo foi evitar atrasos ainda maiores no processo. O advogado da presidente, ministro José Eduardo Cardozo, pediu um tempo para trocar algumas testemunhas porque deseja ouvir algumas das que foram dispensadas. Ele poderá incluí-las entre as 40 que tem direito, fazendo substituições, até o final da tarde desta terça-feira.

A sessão entrou pela madrugada com os depoimentos de duas testemunhas indicadas pelos senadores, dois técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU). Tiago Alves Dutra e Leonardo Albernaz manifestaram o entendimento de que houve operações de crédito nos atrasos de pagamentos do Tesouro ao Banco do Brasil por despesas do Plano Safra, a única pedalada fiscal apontada na denúncia. Albernaz disse ainda que a área técnica do TCU já concluiu que houve irregularidades nos decretos de crédito suplementar editados no ano passado. Os dois temas são os alvos do processo de impeachment.