Cotidiano

Comissão de Ética da Presidência abre processo para investigar conduta de Moraes

BRASÍLIA – A Comissão de Ética Pública da Presidência (CEP) abriu nesta terça-feira um processo para investigar o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, por ter dito que haveria uma operação da Polícia Federal nesta semana, sugerindo ter informações privilegiadas. Na manhã desta terça-feira, Moraes foi repreendido pelo presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, durante rápida reunião fora da agenda oficial.

Em ato político em Ribeirão Preto (SP) – cidade do ex-ministro Antonio Palocci, preso um dia depois -, Moraes, que é filiado ao PSDB, também afirmou a militantes do Movimento Brasil Livre que eles iriam se lembrar dele (Moraes) na operação.

Alexandre de Moraes terá dez dias para prestar informações à Comissão de Ética, que abriu processo após denúncia do líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA). A própria comissão cogitou abrir um processo antes da denúncia de Florence, disse o presidente da CEP, Mauro Menezes.

? Não preocupa apenas a comissão, mas a AGU, a CGU, todos os órgãos de controle, a Justiça Eleitoral. Há preocupação grande para evitar que qualquer autoridade se valha da sua condição para obter dividendos político-eleitorais por conta do cargo ? afirmou o presidente do colegiado, que diz haver suposições de “manejo inadequado de posições privilegiadas”.

? Essa é uma matéria que não apenas deriva do código de conduta, como da lei de conflito de interesses ? completou Menezes. Em sua punição máxima, a CEP pode até sugerir a exoneração de ministros.

Outro membro do alto escalão do governo Temer está com processo na comissão: o secretário de comunicação Márcio de Freitas. Freitas é investigado há um mês no conselho consultivo por suposto conflito de interesses por ter recebido R$ 240 mil de uma fundação do PMDB, partido de Michel Temer, no ano passado, quando era assessor de Temer na vice-presidência.

Procurado, o Ministério da Justiça não comentou o caso.