Cotidiano

Começa contar prazo à reintegração da Araupel

Áreas da empresa foram invadidas por famílias do Movimento Sem-Terra há cerca de dois anos

Quedas – Uma decisão de 16 de maio último, do Tribunal de Justiça do Paraná, será publicada hoje em Diário Oficial e então começa a valer o prazo de 60 dias dado para o cumprimento da reintegração de posse de áreas da Araupel (Pinhal Ralo, em Rio Bonito), que tem sede em Quedas do Iguaçu, no Sudoeste. Áreas da empresa foram invadidas por famílias do Movimento Sem-Terra há cerca de dois anos. As mais recentes têm determinações de reintegração asseguradas pela Justiça desde o dia das respectivas invasões pelo MST.

Com base na determinação do Tribunal, o Estado corre risco de intervenção e da aplicação de outras sanções às autoridades em caso de descumprimento. Além disso, depois do fim do trabalho, e diante de uma possível não reintegração, haverá a aplicação de multa diária no valor de R$ 5 mil. A decisão do TJ-PR toma por base análise de um agravo apresentado pela Araupel, empresa que por vezes seguidas foi apontada como legítima dona das propriedades em questão em decisões do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (RS).

O Departamento Jurídico da Araupel entende que o cumprimento das reintegrações é fundamental para restabelecer a ordem e a justiça na região de Quedas e de Rio Bonito do Iguaçu. “Se não houver a retirada dos invasores logo ocorrerão conflitos e há elevado risco de morte na região e a culpa, por omissão e leniência, será então de quem cabe a responsabilidade de dar a determinação do cumprimento da medida”. Há poucos meses houve morte de dois sem-terra em conflito com a Polícia Militar.

Com as invasões, a Araupel não consegue chegar às áreas de corte e há gradual demissão de colaboradores na indústria de molduras ela que mantém em Quedas. A empresa ainda garante trabalho e renda a mais de 1,2 mil pessoas.