Cotidiano

Com viagem de trem, Freixo divulga propostas na Zona Norte

Freixo Marlen 2.jpgRIO ? Se perambular caçando pokémons nos smartphones virou febre, para candidatos a prefeito do Rio, a busca é por ruas e bairros movimentados para panfletar e divulgar propostas de campanha aos eleitores. Foi o caso de Marcelo Freixo (PSOL), na manhã de ontem, em uma visita à Zona Norte da cidade. No contra-fluxo habitual dos suburbanos, que se descolam em massa pela manhã em direção ao Centro, Freixo pegou o trem na estação de Cascadura com destino a Marechal Hermes, e foi surpreendido pela falta de movimento nos arredores da linha de trem. Na passagem pelo bairro, o candidato foi parado poucas vezes, principalmente pelos mais jovens. Até se cogitou mudar a rota para caminhar por uma rua com maior fluxo de pedestres, mas foi mantida a estratégia de se posicionar em frente a uma unidade da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), já que não era permitido fazer campanha dentro da instituição de ensino.

No horário de saída dos estudantes da Faetec ? parte com idade inferior a 16 anos e, portanto, sem possibilidade de votar nessas eleições ? houve quem parasse para tirar uma selfie e quem ficasse surpreso com a presença do deputado estadual.

? É o Freixo? Quer falar com ele? É o Freixo ? perguntou tímido um estudante ao colega.

Na caminhada, Freixo fez críticas à organização da cidade, que, segundo ele, não é pensada para os pedestres. Ao deixar a estação de trem, reclamou do “absurdo” espaço existente entre os trens e as plataformas, que dificulta o acesso, sobretudo, por pessoas com deficiência.

? A região precisa de saneamento e calçamento. Não há prioridade para o pedestre. Ele não é visto como essencial para a mobilidade ? disse, ressaltando o impacto econômico para o comércio local que seria possível com o maior movimento de moradores nas ruas:

? É fundamental que se repense o espaço urbano como local de convivência.

Em Cascadura, Freixo se comprometeu a ajudar a revitalizar tradicionais e históricos clubes sociais espalhados pelas Zonas Norte e Oeste, por meio de incentivos da prefeitura, e se reuniu com a direção do Tênis Clube, um dos principais espaços do gênero na cidade.

? É uma forma de pensar os clubes como um espaço para a memória dos bairros. Se a prefeitura incentiva as escolas de samba, e achamos isso legal, por que não dar incentivos aos clubes de bairros do subúrbio? ? afirmou, lembrando que ele mesmo costumava jogar futebol de salão.

O candidato do PSOL também propõe mudar “o eixo da cidade”, com investimento em ofertas de emprego e renda em pólos localizados no subúrbio, como Méier e Madureira, na Zona Norte, e Campo Grande, na Zona Oeste.

? Temos três milhões de pessoas se deslocando do subúrbio para o Centro. Precisamos repensar essa lógica.