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Com saque arrasador, Brasil vence o Irã em estreia na Liga Mundial de vôlei

O Brasil iniciou a Liga Mundial com o pé direito e o saque arrasador. Venceu o Irã com autoridade por 3 a 0 (25/19, 25/16 e 28/26), nesta quinta-feira, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, na Barra, com destaque para o central Lucão (marcou 17 pontos) e ponta Lucarelli (marcou 16 pontos). Nesta sexta-feira, a seleção brasileira masculina de vôlei enfrenta a Argentina, às 14h, no mesmo local e com transmissão ao vivo da TV Globo e SporTV. O Brasil encerra esta etapa no sábado contra os Estados Unidos, a partir das 23 horas. Depois joga na Sérvia e na França. A fase final será na Polônia.

Bernardinho, que já comentou que a briga pelas vagas no meio de rede será grande, para os Jogos Olímpicos, escalou como titulares na posição Lucão e Maurício Souza (os mais altos da seleção, com 2,09m). O time titular teve ainda Bruninho, Wallace, Murilo, e Lucarelli. E Serginho como líbero.

No primeiro set, o Brasil deslanchou logo de cara. Com 5 a 1 e Lucão se destacando no meio, o técnico do Irã, o argentino Raul Lozano, pediu tempo. Um contra ataque de Seyed Mohammad, colocou o Irã encostado no placar em 5 a 4. A diferença aumentou para 10 a 5 com saque de Lucão, que proporcionou excelente sequencia de pontos.

Maurício marcou de bloqueio e levou o placar a 11 a 5. A seleção brasileira se manteve arrasadora, com destaque para os ataque de Wallace de um lado e de Lucarelli do outro. O time como um todo estava bem focado. Mas os iranianos esboçaram reação, nada que comprometesse a parcial, em que os brasileiros forçaram bem saque mas deram alguns pontos em erros para o rival. O Brasil venceu por 25 a 19, com bloqueio de Lucão. O central foi o maior pontuador do set ao lado de Lucarelli, cada um com sete pontos.

O Brasil marcou 17 pontos de ataque, quatro de bloqueio no total, um de saque e três em erros dos iranianos. Já o Irã marcou nove pontos de ataque, um de bloqueio, um de saque e oito em erros do Brasil (principalmente de saque, já que a equipe tem forçado o serviço). William e Evandro entraram na parcial.

A parcial seguinte começou mais disputada (6 a 6). Lucarelli fez dois pontos seguidos: 10 a 7. A partir daí o Brasil comendou o placar até 19 a 13 e 21 a 14. O Brasil, que fechou em 25/16, sem sustos e novamente com saque forçado, marcou 12 pontos de ataque, dois de bloqueio, quatro de saque e ganhou sete pontos em erros do rival. Já o Irã marcou nove pontos de ataque, um de bloqueio e ganhou apenas seis em erros do Brasil. Lucarelli e Lucão voltaram a fazer a diferença e marcaram quatro pontos cada.

No último set, o marcador seguiu oscilando até 12 a 12. O Brasil foi abrir vantagem apenas no 18 a 15. O final do set foi emocionante com o Irã defendendo muito bem e correndo atrás do marcador. Viraram em 24 a 25. Um ataque do Lucarelli com o placar em 25 a 26 foi para o desafio e o Brasil confirmou o ponto em 26 a 26. Foi para o saque, fez dois pontos diretos e fechou o jogo (28 a 26). A seleção brasileira somou pontos 15 de ataque, um de bloqueio, cinco de saque e sete em erros do rival. O Irã fez pontos treze de ataque, três de bloqueio, um de saque e nove em erros do Brasil.

BERNARDINHO APROVA TESTE PARA A RIO-2016

Um dos destaques da partida, Lucão vem de temporada vitoriosa na Itália. É que pela primeira vez na carreira, ele defendeu um clube estrangeiro, o DHL, de Modena, ao lado de Bruninho. Os dois foram campeões italianos. O central afirmou que o fato de ter atuado contra bons times o fez crescer ainda mais.

– O mais bacana foi conseguir jogar um campeonato extremamente forte, em que todas as partidas eram difíceis, e ainda estar ao lado ou enfrentar a maioria dos jogadores que vão estar na Liga Mundial e OIimpíada – falou o meio de rede, um dos cinco convocados para a posição e que deve ficar entre os três que vão aos Jogos Olímpicos.

– O principal de ir para lá era pegar campeonatos extremamente fortes. Joguei Supercopa, Copa Itália, Champions League, o Campeonato Italiano onde 14 equipes são todas fortes. Lá é pressão o tempo inteiro. Você joga de quarta a domingo, é o tempo inteiro treinando e jogando. As folgas psicológica e física são muito pequenas também. No Brasil é um pouco diferente porque você sabe que se jogar uns 70, 80% consegue vencer. E lá não acontece. Acho que isso é muito parecido com a Olimpíada, ter de estar bem o tempo inteiro.

Bernardinho explicou que a Liga Mundial será usada como preparação para a Olimpíada.

– Encaramos a Liga Mundial como uma competição importante. A última leva de atletas ainda não a conquistou mas outros sim. Mas, não vamos abrir mão de nada, como perder um atleta para a Olimpíada, por exemplo. Precisamos estar com a força máxima e bem condicionados nos Jogos. A Liga é um teste para todas as equipes que estão aí – ponderou o exigente treinador, que hoje trabalha com 16 atletas (Sidão e Maurício Borges estão fora desta etapa).

– Estamos quase na metade da preparação ainda temos uns 50 dias para os Jogos. – Ficaremos com esse grupo de trabalho por mais um tempinho.

O Brasil é o maior vencedor da Liga Mundial, com nove títulos (1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010) e entra nesta 27ª edição da Liga Mundial na busca pelo 10º título. Além disso, a seleção brasileira é recordista de pódios da competição: subiu em 19 das 26 edições, tendo nove medalhas de ouro, cinco de prata e quatro de bronze. Mas, no ano passado, com as finais e casa, amargou um quinto lugar.