Cotidiano

Com risco de ataque a viveiro, juíza impõe multa a sem-terra

Na primeira, a Justiça Estadual do Paraná determinou a reintegração de área invadida no dia 18 por membros do MST

Quedas – População e entidades dos mais diversos setores esperam que o governo estadual, de uma vez por todas, obedeça novas decisões da Justiça pela reintegração de áreas da Araupel invadidas por sem-terra. Há várias determinações não cumpridas pelo Estado, inclusive uma do Tribunal de Justiça do Estado que implica em multas ao governo e pode levar a sanções ao governador. As decisões de reintegração mais recentes são deste fim de novembro.

Na primeira, a Justiça Estadual do Paraná determinou a reintegração de área invadida no dia 18 por membros do MST. E na noite do último dia 22 a juíza Ana Paula Menon Angelo, da Vara Cível de Quedas do Iguaçu, confirmou que a área ocupada, nas proximidades do viveiro da empresa, é de propriedade da Araupel. Os invasores, inflados pelo não cumprimento das determinações judiciais, estão a 200 metros do viveiro onde há cerca de 400 mil mudas de pinus. No ano passado, viveiro foi atacado e mais de um milhão de mudas foram destruídas pelo MST.

A juíza Ana Paula escreveu que a apropriação consiste em “injusta privação da posse”. Ainda de acordo com o texto da decisão, a ação dos invasores trouxe transtornos para a Araupel e passou a “dificultar o desenvolvimento de suas atividades na região”. Conforme fotos agregadas ao processo, foram levantadas moradias improvisadas de madeira no local. Ainda de acordo com a decisão, a juíza determinou a reintegração de posse sob pena de multa diária de R$ 2 mil para os invasores.

Ofícios aos comandos da polícia

E a juíza acrescenta: “Caso o oficial de Justiça certifique a necessidade de auxílio policial para o cumprimento da decisão, determino a expedição de ofícios aos Comandos Geral e Local da Polícia Militar do Estado do Paraná e à Secretaria de Segurança Pública do Paraná para que disponibilizem a força policial necessária para a execução da reintegração de posse”.

Outras áreas produtivas da Araupel sofrem com invasões, o que vêm dificultando a extração de madeira reflorestada destinada à industrialização. No início deste mês, a empresa anunciou o fechamento do setor de silvicultura, que chegou a ter 147 pessoas, porque os invasores não permitiam os funcionários da empresa de trabalhar nas florestas.