Economia

Com “reajustes”, poder de compra do mínimo é o mais baixo em 13 anos

De 2011 até 2021, com o mínimo nacional sempre foi possível comprar pelo menos 202 litros ou mais

Posto de combustível
Posto de combustível

 

Cascavel – O poder de compra dos brasileiros caiu drasticamente em 2022, reflexo direto do temido “dragão” da inflação. E o exemplo mais atual e prático é o dos combustíveis, reajustados “drasticamente” na semana passada. O aumento já era esperado pelos postos e distribuidoras, mas não com a porcentagem aplicada. Conforme Roberto Pellizzetti, diretor da Paranapetro/Cascavel, entidade que representa a revenda de combustíveis no Paraná, o repasse dos novos preços deveria ter ocorrido de forma gradual.

Como não aconteceu desta forma, a população foi “pega de surpresa” e correu para os postos para abastecer os veículos na véspera do reajuste, quando a gasolina comum tentando aproveitar os últimos instantes do litro na faixa média dos R$ 6,68. Segundo Pellizzetti, ontem (16), o preço médio encontrado na cidade varia entre R$ 7,22 e R$ 7,42 o litro, e que no momento não há previsão de queda no valor.

A reportagem do O Paraná fez um levantamento para analisar o poder de compra dos brasileiros e identificar quantos litros de gasolina comum é possível comprar com um salário mínimo (R$ 1.212,00), conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Atualmente é possível comprar 166 litros, a pior quantidade nos últimos 13 anos.

Em março do ano passado, com um salário mínimo (R$ 1.100,00) era possível comprar 200 litros, pois a gasolina era comercializada a R$ 5,49. Já em 2020, o poder de compra era ainda maior. Os R$ 1.045,00 do salário mínimo compravam 234 litros, quando o preço médio era de R$ 4,46.

De 2011 até 2021, com o mínimo nacional sempre foi possível comprar pelo menos 202 litros ou mais. A queda para apenas 166 litros, ocorreu apenas em 2008, o que impacta diretamente no bolso do consumidor.

 

APP MENOR PREÇO

A reportagem também comparou os preços encontrados no aplicativo Menor Preço, desenvolvido pela Celepar (Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) e pela Secretaria da Fazenda, em comparação com os valores praticados pelos postos.

O preço encontrado no aplicativo na manhã de ontem era diferente do valor cobrado pelos estabelecimentos. Por exemplo, no Menor Preço constava que um determinado posto vendia o litro da gasolina comum a R$ 6,79. Em contato, a empresa informou que o preço é R$ 7,29, desde a última sexta-feira (11), quando entrou em vigor o novo reajuste.

A assessoria de imprensa da Celepar informou que devido à alta demanda dos postos, houve um pequeno atraso na atualização do sistema, mas que a situação foi normalizada e o consumidor pode consultar os preços com segurança.  No aplicativo é possível verificar os preços em um raio de até 20 quilômetros, por meio do código de barras do item “lido” com o próprio celular, ou pelo nome do produto. Após selecionar o estabelecimento desejado, a ferramenta informa a distância e a data da venda. O aplicativo vai mostrar o endereço do estabelecimento, a distância a ser percorrida para chegar até ele e também o preço praticado pelo posto.

 

Foto 1: Gilson Abreu/AEN