Saúde

Com pior cenário inicial, Macro-Oeste teve a maior taxa de crescimento

O número de leitos de UTI abertos no período é superior ao que foi criado nos últimos 20 anos no Estado

Com pior cenário inicial, Macro-Oeste teve a maior taxa de crescimento

Com um déficit histórico, a Macrorregional Oeste saiu na guerra contra o novo coronavírus com o pior cenário em todo o Estado. No fim de maio, após quase três meses de reestruturação das alas covid, a região, que inclui sete regionais (7ª – Pato Branco; 8ª – Francisco Beltrão); 9ª – Foz do Iguaçu; 10ª – Cascavel; 20ª – Toledo), com uma abrangência de 2 milhões de habitantes, tinha apenas 73 leitos de UTI (adulto e infantil) e 137 de enfermaria.

Diante da pressão da sociedade e da imprensa, a região foi ganhando estrutura, teve o maior crescimento dentre as quatro macrorregionais, e hoje tem a segunda melhor estrutura SUS Covid-19 do Estado, atrás apenas da Macroleste, que inclui a capital e a Região Metropolitana de Curitiba.

O boletim de ontem da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) indicava 249 leitos de UTI e 352 de enfermaria, crescimento de 241% e 156,9%, respectivamente.

Inclusive, nesse último boletim constam 45 leitos a menos que a contagem da reportagem acima, devido às atualizações feitas no decorrer da tarde. Assim, a tabela a seguir informa total de 3.571 leitos, sendo 1.428 UTIs e 2.143 enfermarias.

Histórico

Os leitos exclusivos para pacientes com covid-19 começaram a ser ativados em março do ano passado e foram disponibilizados aos poucos, conforme a demanda. O primeiro anúncio de expansão aconteceu em 26 de março, com a criação de 264 leitos exclusivos. No dia seguinte, eram 1.192 leitos ativos, incluindo 15 UTIs pediátricas. Até o fim daquele mês, o cenário no Paraná era de 185 casos confirmados e apenas três mortes.

No fim de abril, o Estado atingia 1.407 confirmações e 86 óbitos e tinha mais leitos ativos do que pessoas contaminadas: eram 1.704 unidades, sendo 574 UTIs e 1.130 enfermarias adulto e pediátricas.

Em junho, o governo do Estado entregou os Hospitais Regionais de Guarapuava, no Centro-Sul; Ivaiporã, no Vale do Ivaí, e de Telêmaco Borba.

No fim de junho, o Paraná superava a marca de 22 mil pessoas contaminadas e 636 óbitos. O número de leitos abertos era de 2.177.

Em 19 de agosto, havia 2.783 leitos ativos no Paraná, o maior até então, com o número de UTIs (1.150) já mais próximo aos de enfermaria (1.663). O Estado tinha confirmado 108.659 infectados até então, no que era seu pior momento da pandemia.

A partir dali houve uma queda nas taxas de infecção, o que fez com que a Secretaria de Estado da Saúde desativasse alguns leitos gradualmente, até meados de novembro, quando foi preciso retomar a expansão.

 


Em um ano, Estado abriu 3.616 leitos para covid

Cascavel – Prestes a completar um ano desde o anúncio das primeiras medidas de enfrentamento à pandemia de covid-19, após o primeiro caso confirmado em 11 de março de 2020, o governo do Paraná já abriu 3.616 leitos exclusivos para pacientes com casos confirmados ou suspeitos da doença. Esse é o número de leitos ativos até a manhã dessa quarta-feira (3), o maior desde o início da pandemia, mas a previsão da Secretaria de Estado da Saúde é colocar mais 155 em operação nas próximas semanas.

O número de leitos de UTI abertos no período é superior ao que foi criado nos últimos 20 anos no Estado. Instalada gradualmente, conforme o avanço dos casos no Paraná, a estrutura já foi utilizada por cerca de 55 mil pessoas que foram hospitalizadas para tratar das complicações da covid-19.

O governo do Estado destinou R$ 163,2 milhões na ampliação da rede hospitalar nas 22 Regionais de Saúde, com incremento de leitos em hospitais públicos e particulares que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Com a escalada dos contágios nas últimas semanas, o Estado mantém a ampliação das UTIs e das enfermarias.

“Desde os primeiros casos, tivemos a estratégia de ampliar o atendimento regional e disponibilizamos leitos para todo o Estado. Apostamos em melhorar o que já existia e não abrimos hospitais de campanha, que custam muito e acabam não sendo incorporados à estrutura de saúde”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Mas os recursos são finitos. Os profissionais de saúde trabalharam de maneira árdua ao longo do último ano, está cada vez mais difícil para as equipes da linha de frente”.

Incremento

Mesmo assim, houve incremento de 630 leitos somente neste ano, quase metade deles ativada na última semana pelo governo do Estado. Além dos novos leitos – 251 de UTI e 379 de enfermaria -, outros 155 estão previstos para entrarem em operação nas próximas semanas, sendo 67 de UTI.

Há mais de duas semanas a taxa de ocupação de UTIs está acima de 90% no Estado. A situação mais grave é da Macro-Oeste, que alcançou 99%.

“Nosso planejamento é baseado em estudos que apontam os cenários da curva de contágio, mas a situação atual é pior que a previsão mais pessimista. A taxa de ocupação está muito alta e o sistema está operando dentro do limite”, explica o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.