Cotidiano

Com palavrão, presidente filipino adverte Obama a não questionar execuções

201609050730230261_RTS.jpg MANILA, Filipinas ? O polêmico presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, advertiu o presidente dos EUA, Barack Obama, a não questioná-lo sobre as execuções extrajudiciais em seu país. E ainda enviou um recado agressivo, em que não hesitou em usar palavrões, ao chefe da Casa Branca. Nas primeiras semanas de governo, Duterte chama a atenção da comunidade internacional com seus controversos métodos de combate ao crime ? milhares de pessoas suspeitas de narcotráfico já foram mortas ou se entregaram às autoridades. filipinas

Antes de viajar a Laos nesta segunda-feira, onde acontecerá uma cúpula de líderes políticos, Duterte argumentou que é o chefe de um país soberano e, por isso, deve responder apenas ao povo filipino. Na ocasião, um repórter perguntou ao presidente como ele planejava explicar as execuções extradudiciais a Obama.

? Filho da puta, eu vou te insultar neste fórum ? respondeu o presidente, em mensagem direta a Obama e citando o eventual encontro dos dois chefes de Estado em Laos.

Os métodos de combate ao crime do presidente ? os mesmos usados durante os 22 anos em que ele foi prefeito de Davao ? são controversos. Ele insiste que dão resultados: segundo dados da polícia, o crime baixou 13% nas primeiras seis semanas após sua eleição.

? Se assumir a Presidência, posso garantir que não haverá uma limpeza, mas derramamento de sangue ? prometeu na campanha.

Mas a luta contra o crime organizado nas Filipinas causa preocupação na ONU, e também em organizações de direitos humanos e nos EUA. Famílias de vítimas reclamam que os mortos eram consumidores de drogas, e não traficantes. O modus operandi dos milicianos lembra os ?esquadrões da morte?.

? Houve um aumento atroz de mortes extrajudiciais de suspeitos por bandidos não identificados. Isso demonstra que o desconhecimento de Duterte das leis filipinas e dos direitos humanos internacionais na campanha se transformou numa realidade de sua Presidência ? criticou Phelim Kine, subdiretor da Human Rights Watch (HRW) na Ásia, ao ?La Nácion?.