Cotidiano

Com obra de gasoduto parada, sócia da Odebrecht quer cobrar US$ 1,4 bi do Peru

240093768.jpgPARACAS – O Grupo Granã e Montero, sócio minoritário de um projeto de gasoduto no Peru controlado pela Odebrecht, disse que o Peru teria de pagar entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,4 bilhão de dólares como compensação, caso decida rescindir o contrato atual. O financiamento para o projeto está atrasado, com a brasileira tentando encontrar um substituto para a liderança do consórcio. A Odebrecht tem 55% de participação; a espanhola Enagás, 25%; e o Graña y Montero, os 20% restantes.

Maior empresa de construção e engenharia da América Latina, a Odecrecht tenta vender a participação no projeto e em outros ativos para pagar dívidas, enquanto enfrenta as investigações da Lava Jato e seus executivos aderem a acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal. No caso do gasoduto peruano, precisa encontrar uma empresa para substituí-la no projeto, uma condição para que os bancos emprestem os US$ 4,125 bilhões necessários à construção do gasoduto.

Na semana passada, a americana Sempra informou terminou sem acordo uma negociação com a Odebrecht para a compra do controle do projeto, de mais de US$ 5 bilhões, que está na lupa de investigadores por suspeita de corrupção na concessão, em 2014. O acordo travou depois que o governo do Peru se negou a eliminar uma cláusula anticorrupção que a Sempra teria de assinar no contrato com o novo operador.

A Graña y Montero é a maior empresa de infraestrutura do Peru, com operações também no Chile e na Colômbia e uma carteira de projetos de US$ 4 bilhões. O gerente geral Mario Alvarado afirmou que a compensação que, se o Peru cancelar o contrato, deve pagar compensação nas proporação dos investimentos já realizados: ?72,5% do valor contábil líquido, cerca de US$ 2 bilhões?.

Ele disse que a retomada do desenvolvimento do projeto pode levar até três anos, se o grupo liderado não conseguir fechar até janeiro o financiamento, e se o governo decidir realizar uma nova subpasta para encontrar outro operador.

Também afirmou, porém, ainda acreditar que a Odebrecht outra companhia para comprar sua participação no consórcio.

? Estamos trabalhando com intensidade para que o projeto siga adiante, com nossos sócios. Somos sempre otimistas ? disse Alvarado durante intervalo uma reunião de negócios em Paracas. ? O maior prejuízo é para o país, e isso deve ser evitado a todo custo. É um projeto muito benéfico, principalmente para a região Sul do país.

Representantes do governo peruano não quiseram comentar.