Cotidiano

Com exibicionismo de jovens chineses, live streaming já fatura US$ 4 bi

XANGAI – A fama pode durar apenas cinco minutos, mas as ferramentas que estão democratizando o exibicionismo estão aqui para ficar. Na China, há mais de 150 plataformas de transmissão ao vivo, e o mercado vem crescendo com força: saltou 175% do ano passado para este, alcançando US$ 4 bilhões. E o banco suíço Credit Suisse projeta faturamento de US$ 5 bilhões em 2017, metade do tamanho do mercado de games. As cifras são respeitáveis e encostam na arrecadação da indústria de cinema chinesa: US$ 7 bilhões.

As plataformas que permitem a uma pessoa xeretar a vida de outras pessoas comuns fazendo coisas comuns tiveram uma transição difícil dos ambientes de computadores para os celulares. O problema era a precariedade da infraestrutura, ou seja, os equipamentos não proporcionavam uma grande experiência nas transmissões ao vivo.

Mas, com os avanços tecnológicos e a falta de opções de entretenimento, as transmissões ao vivo são um fenômeno crescente. ?Vem subindo a demanda de jovens usuários que não têm outras opções e orçamento para entretenimento?, escreveram os analistas Zoe Zhao, Evan Zhou e Angela Zhou, que atribuem a retomada do streaming tanto à evolução no comportamento dos usuários quanto ao desenvolvimento da infraestrutura.

E se há jovens dispostos a consumir vídeos, por um lado, por outro há um grande número de celebridades da internet disposta a produzi-los. São um público interessante: tendem a passar mais tempo on-line do que outros usuários e têm hábitos de pagamento mais maduros. Ainda assim, o mercado é propício para a consolidação, dizem os analistas do Credit Suisse, na medida em que o crescimento do setor desacelera: ?Com limite relativamente baixo, menos de dez empresas vão dominar o setor e o resto será varrido?.