Cotidiano

Com acidente da Chape, Brasil se torna país com maior número de jornalistas mortos

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RIO ? O ano de 2016 terminou com 115 jornalistas mortos durante o exercício da profissão, segundo levantamento do International News Safety Institute (INSI). Por causa do acidente com o avião da Chapecoense, que matou 20 profissionais de imprensa, o Brasil liderou o ranking global, com um total de 23 jornalistas mortos.

? No ano passado, 115 dos nossos colegas de imprensa foram mortos enquanto faziam o seu trabalho ? disse a jornalista Hannah Storm, diretora do INSI. ? A maioria não era de jornalistas internacionais, tinha pouco suporte de grandes cadeias de mídia e muitos morreram após lutas improváveis, ameaças diárias e pressão constante.

O ano começou e terminou com grandes tragédias para a imprensa. Em janeiro, um ataque do Talibã contra a emissora Tolo TV, no Afeganistão, terminou com oito mortos, num atentado direto contra a liberdade de imprensa.

Em dezembro, nove jornalistas morreram na queda de um avião militar russo no Mar Negro, que transportava um coral militar para a Síria. Na Colômbia, uma aeronave que transportava o time da Chapecoense caiu, matando 71 pessoas, sendo 20 jornalistas.

Apesar de ter ficado no topo do ranking no relatório anual ?Matando o mensageiro?, o Brasil não é apontado como um dos países mais perigosos para o exercício da profissão. Lideram a lista Colômbia, México, Afeganistão, Iraque e Rússia.

Dos 115 profissionais mortos, 60 morreram em países supostamente em paz, como Guatemala, Índia e Brasil. A grande maioria dos mortos são de jornalistas locais, que viviam e trabalhavam no país onde morreram. O INSI identificou quatro casos nos quais suspeitos pelas mortes foram identificados e presos.

? Por toda a escuridão que parece ter permeado este ano, talvez seja um sinal de esperança ? disse Hannah.