Cotidiano

Com 20 dias de “atraso”, pedagiômetro atinge marca de R$ 1 bilhão no Paraná

A pandemia do novo coronavírus atingiu as cancelas de pedágio, que têm levantado com menos frequência neste ano

Com 20 dias de “atraso”,  pedagiômetro atinge marca  de R$ 1 bilhão no Paraná

Anel de Integração

Pedagiômetro atinge marca de R$ 1 bilhão

 

Cascavel – Os efeitos da pandemia do novo coronavírus são sentidos também nas cancelas de pedágio, que têm levantado com menos frequência neste ano. Cinco concessionárias monitoradas pelo pedagiômetro atingem nesta quinta, dia 23, a marca de R$ 1 bilhão de tarifas de pedágio pagas por mais de 44 milhões de veículos. No ano passado, essa cifra expressiva foi alcançada ainda em junho, ou seja, mais de 20 dias antes, quando 55,228 milhões de veículos pagaram pedágio, 20% a menos de fluxo.

Só para ter uma ideia, a Ecocataratas, responsável pela BR-277 entre Foz do Iguaçu e Guarapuava, acumula queda de 14,5% no fluxo total de veículos neste ano, na comparação com o ano passado. No primeiro semestre, passaram pelas cancelas 4,190 milhões de veículos de passeio e 1,979 milhão de veículos comerciais (caminhões, carretas etc), contra 5,255 milhões e 1,966 milhão, respectivamente, no mesmo período do ano passado, o que representa queda de 20,7% no primeiro e alta de 0,7% no segundo tipo.

O Pedagiômetro informa apenas os dados do momento real, sem permitir consultas a períodos anteriores. Nem Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná) nem DER (Departamento de Estradas de Rodagem), responsáveis pela fiscalização do Anel de Integração, informaram dados de anos anteriores. As concessionárias também não responderam à solicitação.

Criado com anos de atraso, já que o sistema de controle era previsto no início da concessão, há 20 anos, o pedagiômetro é alimentado com informações de cinco das seis concessionárias. Econorte não informa desde o ano passado e ninguém sabe dizer por quê, apenas que o assunto está na esfera judicial.

Mas, com base nessa atualização, a maior movimentação financeira é da Rodonorte, com quase R$ 309 milhões e 16,7 milhões de veículos. Se considerada a tarifa média mais cara, o destaque é para a Ecovia, que faturou R$ 117,9 milhões de 3,272 motoristas, que representou R$ 36,02 para cada.

Concessionária     faturamento veículos      tarifa média

Viapar         R$ 227 milhões    11,356 milhões    R$ 19,99

Ecocataratas          R$ 118 milhões    6,241 milhões      R$ 18,93

Caminhos do Paraná      R$ 217,160 milhões      6,571 milhões      R$ 33,04

Rodonorte  R$ 308,934 milhões      16,709 milhões    R$ 18,48

Ecovia        R$ 117,9 milhões          3,272 milhões      R$ 36,02

 

obs: Valores atualizados às 18h de 22 de julho de 2020

Leniência – tarifa reduzida até fim do ano

Em outubro de 2019, Ecocataratas e Ecovia reduziram em 30% as tarifas dos pedágios para compensar valores cobrados a mais dos motoristas ao longo do contrato de concessão. A confissão feita no acordo de leniência prevê que as duas devolvam R$ 220 milhões dessa forma, sendo R$ 120 milhões da Ecocataratas e R$ 100 milhões da Ecovia.

Conforme dados das duas concessionárias, até 30 de junho deste ano foram compensados R$ 151,9 milhões em redução tarifária, o que equivale a 69% do total. Desse valor, R$ 75,8 milhões da Ecovia e R$ 76,1 milhões da Ecocataratas, com saldo de R$ 24,2 milhões e R$ 43,9 milhões, respectivamente.

A previsão inicial era de que em um ano essa compensação fosse zerada. Com a queda no fluxo, acredita-se que a Ecocataratas, por exemplo, só consiga restituir todo o valor em novembro ou dezembro deste ano.

O valor total do acordo foi de R$ 400 milhões, sendo R$ 30 milhões em multa. Além dos R$ 220 milhões de compensação de tarifa, os outros R$ 150 milhões devem ser usados em obras não executadas. Desse valor, R$ 130 milhões compete à Ecocataratas e vai financiar a readequação do Trevo Cataratas, em Cascavel, cujas obras devem começar em outubro deste ano.