Cotidiano

Com 17 anos, jovem se tornou nova voz dos transgênero sob Trump

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RIO – Aos 17 anos, o americano Gavin Grimm se prepara para encarar, possivelmente em março, o tribunal da Suprema Corte em um caso em que processa a direção de sua escola por impedi-lo de utilizar o banheiro masculino. Transgênero, ele afirma se identificar como menino desde que conheceu a diferença entre meninos e meninas. Agora, ele se tornou uma referência ainda mais forte para os movimentos LGBT com a decisão de Donald Trump de extinguir uma diretriz do governo de Barack Obama que determinou que as escolas permitam o uso de banheiros de acordo com a definição de gênero adotada pelo aluno. Links gênero

Morador do estado de Virginia, Gavin participou nesta semana de protestos na capital americana, Washington D.C., contra a decisão de Trump. No último dia 12, durante a cerimônia do Grammy, a ativista e atriz transgênero Laverne Cox, conhecida por sua atuação na série “Orange is the new black”, falou em discurso: “Todo mundo, por favor busquem no Google ‘Gavin Grimm'”. Há até mesmo uma hashtag em apoio ao jovem, estudante no ensino médio: #StandwithGavin (algo como “Apoie o Gavin”).

? Quando eu falei pela primeira vez à diretoria da escola, estava com muito medo, mas eu também tinha um propósito. E um objetivo, que era apenas ser capaz de ser eu mesmo ? contou Gavin em um vídeo gravado pela organização American Civil Liberties Union, que está acompanhando seu processo judicial. ? Eu percebo agora que isto é muito maior do que eu, e agora o meu objetivo é tornar as coisas melhores para as pessoas que virão depois de mim.

O adolescente já teve uma certidão de nascimento alterada com sua identificação masculina, recebeu tratamentos com hormônio e passou por uma cirurgia de reconstrução do seio. Seu caso na Suprema Corte poderá determinar se escolas, a nível nacional, têm o direito de decidir sobre o uso dos banheiros de acordo com o gênero. Porém, com a recente decisão de Trump, a corte poderá optar por julgar o caso de Gavin como isolado.

gavin1.jpg? Estudantes transgênero não oferecem ameaça alguma para a segurança e privacidade de estudantes que não são transgênero. Todos nós só queremos ser capazes de ter um bom desempenho na escola, ao mesmo tempo tendo o direito de ser nós mesmos ? disse o estudante ao portal MSN após a decisão de Trump.

O jovem conta que aos 12 ou 12 anos, conseguiu entender o que sentia e se reconheceu pela primeira vez como transgênero. Em 2014, quando ele tinha 15 anos, a família decidiu contar à escola que Gavin era transgênero. Inicialmente, a equipe da unidade apoiou o estudante e permitiu que ele usasse o banheiro masculino. Mas com uma ferrenha oposição de pais e outros alunos, a escola passou a impedir o acesso de Gavin ao sanitário, dedicando a ele uma cabine própria.

? Agora a questão é muito mais do que banheiros. É sobre sobre tratar todo mundo com dignidade, respeito e igualdade. É sobre algo que eu nunca entendi, e que agora sei que as pessoas precisam compreender ? diz Deirdre Grimm, mãe de Gavin.