Política

Coluna Contraponto do dia 31 de julho de 2018

Beto Richa não é um Aécio. Ainda

Apesar das suspeições e denúncias, e uma articulação política amadora, que beira o constrangimento, o ex-governador Beto Richa não chegou ao patamar de desmoralização pelo qual passa seu colega de partido e contemporâneo na política, Aécio Neves. Mas pode chegar. De ex-candidato a presidente que quase chegou lá, o senador mineiro baixou consideravelmente de posto, e hoje é candidato a deputado federal pelo PSDB de Minas para não ser esquecido em definitivo. Aécio fez um esforço descomunal para fugir dos processos e adiar, qualquer condenação por malfeitos, mas a liderança como político que dava as cartas virou pó do mesmo jeito.

Quase lá

O ex-governador Beto Richa segue no mesmo caminho, mas com um agravante. O processo no qual é suspeito de ter recebido R$ 2,5 milhões de propina da Odebrecht está nas mãos os juiz Sérgio Moro, que já despachou apontando indícios graves nos autos.

Surpresa

E na última grande entrevista que deu como candidato ao Senado, para o jornal Gazeta do Povo, Beto Richa afirmou que havia dado 20 dias para seu ex-homem de confiança, o jornalista Deonilson Roldo, explicar o diálogo onde foi gravado interferindo na licitação da PR-323, já “reservada” para a Odebrecht. Até hoje, passados quase 3 meses, nada foi explicado.

Difícil

Um solavanco no processo que está com Sérgio Moro, em pleno período eleitoral, e o ex-governador Beto Richa se posiciona exatamente ao lado de Aécio Neves. Desmoralizado e sozinho.

“Barbaridades” I

O presidente Michel Temer disse nessa segunda-feira (30) que os pré-candidatos à Presidência devem refletir mais sobre os temas do País antes de propor “barbaridades” na campanha. Ele deu a declaração durante encontro com empresários, em São Paulo, ao falar a respeito de propostas na campanha sobre a revisão de bandeiras de seu governo, como o teto de gastos públicos e a reforma trabalhista.

“Barbaridades” II

No evento, Temer disse, sem citar nomes, que leu um artigo de um pré-candidato com essas sugestões e ficou tentado a responder. Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT) estão entre os que defendem a revogação de medidas do governo. Ele defendeu diálogo com a sociedade e com o Congresso e afirmou: “Isso eu digo para que os nossos pré-candidatos ouçam e se conscientizem disso para não dizerem, muitas vezes, barbaridades.”

Tapetão

Embora afirmem supostamente falar em nome do senador Alvaro Dias (presidenciável pelo Podemos), articuladores políticos continuam agindo nos bastidores para, na definição do professor Oriovisto Guimarães candidato a senador pelo Podemos, decidir a eleição ao governo do Paraná no “tapetão”.

Insistência

A ideia é convencer Osmar Dias (PDT) a desistir da disputa ao governo e concorrer a uma cadeira ao Senado. Nesse caso, teria o apoio de Ratinho que, em troca, daria a posição de vice em sua chapa a um representante do Podemos.

Primeiro turno

Sem Osmar na disputa, Ratinho (PSD) ganharia a eleição já no primeiro turno se tivesse como adversária apenas a governadora Cida Borghetti, que busca a reeleição mas com chances apenas no campo sobrenatural de obter votação maior do que o pessedista e ser ela a vencedora.

Avisa o Osmar

As especulações correm aceleradas, mas não há nenhum indicativo de que Osmar Dias tenha aceitado a sugestão ou sequer recebido a proposta. “Estou de saco cheio com essas conversas”, diz ele. Mantendo-se na disputa, fatalmente a eleição só será decidida em segundo turno, possivelmente entre Osmar e Ratinho.

Jejum nacional

O PT pretende convocar um jejum nacional para o dia 4, quando será realizada a convenção que vai oficializar a candidatura presidencial de Lula. O ato será em solidariedade aos militantes que farão greve de fome pela liberdade do ex-presidente. Haverá um pedido para que os petistas levem alimentos a famílias das periferias do País dizendo que “foi Lula quem mandou entregar”.