Política

Coluna Contraponto do dia 07/07

Uma eleição pior que a de 1989

Em 1989, 18 candidatos concorreram às eleições presidenciais, a primeira pelo voto direto após o fim da ditadura. Nem bem a campanha tinha começado, dois candidatos se apresentavam na ponta das preferências nacionais – o operário recém-saído do torno mecânico e líder sindicalista Lula da Silva e o dândi milionário das Alagoas Fernando Collor de Mello. Estavam ali representadas a esquerda e a direita, Collor mais populista, Lula com propostas ingênuas do socialismo que aprendeu nos piquetes grevistas de São Bernardo Campo.

Figuras…

Atrás deles, vinham figuras com grande experiência administrativa, políticos natos, resistentes contra o regime militar, outros nem tanto – dentre os Leonel Brizola (2 vezes ex-governador dois estados, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, Ulisses Guimarães (líder da residência contra o arbítrio, condutor da Constituinte que votou a Constituição de 1988), Aureliano Chaves (ex-vice-presidente da República, Affonso Camargo Neto (ex-senador por dois mandatos, Afif Domingues (líder empresarial de São Paolo)…

… mais figuras

…Roberto Freire (presidente do partido importante partido Comunista Brasileiro, Eneas (o estrambótico pretendente do Prona), Fernando Gabeira (jornalista brilhante que esteve na turma de presos trocados pela libertação de um embaixador americano que fora sequestrado e até mesmo o notório Paulo Maluf. E mais alguns nanicos que não chegaram a influir nos resultados finais.

Outrora

Sob certo sentido, as eleições de 2018 se parecem com aquelas – tem muitos candidatos, mas nenhum à altura da maioria dos homens públicos que participaram a perderam de longe para os dois menos preparados. A divisão dos bons e dos preparados, portanto, é que permitiu que Collor e sua loira mulher Rosana subissem a rampa do Palácio. Dois anos depois, desciam, depois, envergonhados e envergonhando o País.

Dias de hoje

Atualmente, se apresentam na dianteira um desequilibrado e despreparado para o função, Jair Bolsonaro, e um tresloucado Ciro Gomes. A penca intermediária que a separa dos nanicos é triste – Alckmin, quem sabe um preposto de Lula, o xoxo Henrique Meirelles, o senador Alvaro Dias, Marina Silva. Suas qualidades estão longe de se igualar à grandeza de um Brizola ou de um Mario Covas, mas se somados seria capazes de evitar que o Brasil caísse nas mãos de Bolsonaro ou Ciro.

Difícil

Cada qual com seu egoísmo e com seus interesses pessoais, eles não conseguem montar um time minimamente disposto a escolher um deles para representar o projeto comum que, em linhas gerais, são mais capazes para assegurar ao país um futuro mais comprometido com a responsabilidade. Esse olhar, pessimista, é verdade, pode ser a fonte de onde beberão água Ciro e Bolsonaro. É triste.

 

Dia da Maldade

Hoje é dia de lembrar que:

A grande dúvida dos deputados estaduais: o que é pior, andar de camburão ou aprovar 1% de reajuste aos servidores públicos?

Roberto Requião e Ricardo Barros finalmente juntos na política: estava escrito nas estrelas

O MDB velho de guerra quer saber: se Requião for candidato avulso ao Senado, o partido fica livre dele também? Será o “MDB livre?”

Beto Richa é tão acostumado que continua na prática do nepotismo. Garantiu, nesta semana, que a mulher, Fernanda, não deixa o cargo de jeito nenhum

O deputado Ratinho Jr é visto no Paraná como “o novo Beto Richa”: é jovem, tem pai famoso, discurso fácil e adora correr de um lado pro outro. Só falta o bronzeado

Mais de 80% dos eleitores do Paraná ainda nem pensaram em quem vão votar em outubro. E os 20% que pensam, só choram

Quando o comandante do Exército brasileiro fala em “intervenção militar na defesa da Democracia” é pra sair correndo pro aeroporto ou pra rua?