Opinião

Coluna Associação Médica de Cascavel: Perdoar e esquecer

Devemos perdoar e esquecer, entender a vida como um aprendizado constante, perceber nossa existência como uma jornada solidária, arte de encontro e reencontro, visando à paz e à felicidade para todos

Coluna Associação Médica de Cascavel: Perdoar e esquecer

Devemos perdoar e esquecer, entender a vida como um aprendizado constante, perceber nossa existência como uma jornada solidária, arte de encontro e reencontro, visando à paz e à felicidade para todos.

Somos, verdadeiramente, a continuação de nossos pais e familiares. Seja do ponto de vista biológico, social, espiritual e mesmo cultural. A nossa jornada começa, então, antes, bem antes de nosso nascimento. Metade da carga genética é do pai e de sua linhagem, a outra, exatamente 50%, é da mãe.

A criança que for paparicada, acarinhada, na medida justa das possibilidades de seus pais e cuidadores, terá um potencial extraordinário de crescimento e desenvolvimento físico e mental. Ela terá mais altura do que seus pais, e também maior potencial de inteligência – se receber todos os estímulos necessários, seja na família, na escola e no meio social.

Se for alegre e praticar atividades físicas, como esportes, terá menor chance de sofrer de doenças do coração e derrames, pois o sistema circulatório se desenvolverá melhor. E sabemos que longevidade tem muito a ver com circulação saudável, com as artérias e veias sem obstruções ou lesões.

O primeiro momento de reflexão acerca da saúde individual como alavanca para uma vida plena na maturidade e na terceira idade acontece aos 20 anos. É a hora de se perguntar quais são as doenças mais prevalentes na família e na comunidade. E como preveni-las, tratá-las precocemente e minimizar seus efeitos.

Exames de rotina serão solicitados pelo médico da família ou clínico geral, ouvida a história pregressa de cada um e após o exame físico. A saúde reprodutiva nessa ocasião tem enorme valor, com as mulheres passando a fazer anualmente seus exames e acompanhamentos. Elas começam a se cuidar mais cedo, instintivamente, para a garantia da continuação de nossa espécie. Assim, elas terão saúde para gerar vida e cuidar de todos, até a terceira geração. São detalhistas, observam alterações sutis de comportamento. Possuem mais ligações neuronais e fazem associações fantásticas sob todos os pontos de vista.

Por volta dos 40 anos, é o momento da primeira consulta com o geriatra, que orientará um programa de cuidados preventivos. Quem não fumar e beber apenas socialmente leva vantagem. A Hipertensão Arterial e a Diabete merecem atenção. O Colesterol e a Obesidade são outros vilões.

Uma vida com planejamento e sem excessos, com a partilha de conhecimentos e sem qualquer tipo de fanatismo já era considerada a ideal pelos filósofos gregos da Antiguidade. E eles estavam corretos: propunham também uma alimentação regrada e a prática de atividades físicas periódicas – como ginástica -, de três a cinco vezes por semana.

O neurologista e depois psicanalista Sigmund Freud descobriu o inconsciente como o “núcleo duro” do que chamamos de ser humano, e que existe “conserto” ou possibilidade de melhoria, sempre. Outra boa notícia: o sexo faz bem, em qualquer idade.

Por fim, devemos perdoar e esquecer, entender a vida como um aprendizado constante, perceber nossa existência como uma jornada solidária, arte de encontro e reencontro, visando à paz e à felicidade para todos.

 

Márcio Eduardo Ouriques Couto – Ex-vice-presidente e atual conselheiro da AMC