A inclusão social ganha espaço na medida em que alunos passam a ser atendidos de acordo com suas limitações nas instituições de ensino. Só no Paraná há 449.957 estudantes com algum tipo de deficiência na rede privada. O número corresponde a 7,76% do total de matrículas nos colégios do Estado.
Em comparação às demais esferas de governo essa é a maior cobertura de atendimento. Na rede federal, o índice é de 0,36%, nos colégios municipais o percentual chega a 2,56% e na rede estadual, 2,13% dos alunos nas salas de aula são de inclusão.
Apesar dos bons resultados, o Sinep-PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná), busca ações para que o processo de inclusão
ocorra da melhor maneira possível.
Uma das novidades é a criação de um manual de orientações para auxiliar a rede privada de ensino com conhecimentos técnicos pertinentes a esse processo. O material foi desenvolvido por conta de exigências previstas pelo Estatuto do Deficiente de 2015 e pela nova deliberação do CEE (Conselho Estadual de Educação) em 2016. Estabelecimentos credenciados às regionais do sindicato recebem o manual e aprofundam os debates sobre a inclusão.
“O professor hoje tem sofrido muito com relação à inclusão, pois não vem com preparo da universidade. Incluir de qualquer forma é uma irresponsabilidade, por isso, precisamos fazer uma inclusão saudável e ética”, avalia a presidente do Sinep, Esther Cristina Pereira.
Para ela, a lei torna clara a obrigatoriedade da inclusão, porém não considera as dificuldades dos estabelecimentos de ensino. “A lei veio e parece que não pensou na gestão das escolas. Eu tenho que incluir, mas tomar cuidado com os outros. Isso exige trabalho com as famílias, pois a sociedade ainda é bastante preconceituosa”, afirma.
O manual elaborado no ano passado, com embasamento jurídico e pedagógico, surge para acabar com esse impasse. “Quando pensamos em inclusão, pensamos em uma criança down, autista e não uma pessoa arrogante e indisciplinada. No entanto, cada um é incluído por sua personalidade. Às vezes, a família rejeita a inclusão, mas o filho é uma inclusão dentro do grupo”, esclarece a presidente do Sinep.
DESAFIOS
O desafio dos colégios privados, segundo Ester, é se reinventar e saber utilizar recursos em favor dos alunos. “Antes de tudo viemos ao mundo para ser feliz e isso é fundamental no processo de inclusão para que o aluno tenha o sentimento de pertencimento à escola”, completa.
Número de alunos
Rede Inclusão Total Percentual
Federal 84 23.023 0,36%
Estadual 22.904 1.074.859 2,13%
Municipal 26.476 1.035.528 2,56%
Particular 34.901 449.957 7,76%
*Dados Sinep-PR
