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COI suspende Nuzman e COB, mas brasileiros podem competir

Zurique – O COI (Comitê Olímpico Internacional) foi duro ao anunciar a sua postura um dia após a prisão do presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman. Desde ontem, o dirigente detido está suspenso de todas as atividades ligadas ao movimento olímpico, inclusive de seu cargo na organização dos Jogos de Tóquio, em 2020.

A entidade internacional também suspendeu o COB como membro. Isso não afeta, porém, a participação dos Brasil na Olimpíada de Inverno em PyeongChang, na Coreia do Sul, no começo do ano que vem. A suspensão, segundo o COI, vale até que as questões de governança do COB forem direcionadas dentro do que quer o Comitê Executivo do COI.

A decisão tomada pelo COI é pouco comum. Não foi assim, por exemplo, quando o presidente do comitê olímpico da Irlanda, Patrick Joseph Hickey, foi preso na Olimpíada do Rio acusado de comandar esquema de venda ilegal de ingressos para a Olimpíada. A postura só tem paralelo com casos em que o governo interferiu dentro do comitê olímpico nacional, como foram os casos de Índia e Kwait, recentemente.

A punição a Nuzman e ao COB é a primeira desde que a Comissão de Ética do COI passou a ser presidida pelo sul-coreano Ban Ki-moon, antigo secretário-geral da ONU. E foi exatamente essa comissão que sugeriu as punições.

Efeitos da punição

O grande problema da suspensão do COB como membro do COI é financeiro. A entidade brasileira ficou sete anos dentro de um período de máscara, no qual não podia ter patrocínios individuais, recebendo uma cota daqueles firmados pelo Comitê Rio-2016. Esse período acabou em 31 de dezembro de 2016, quando o COB ficou sem nenhum patrocinador individual. Enquanto tem dificuldades de buscar patrocinadores, o COB tem se sustentado com o bom valor repassado pelo COI aos seus membros relativos aos chamados patrocinadores olímpicos. Agora, essas transferências vão cessar, deixando o COB dependente apenas dos recursos da Lei Agnelo/Piva, que são carimbados. Ou seja: não terá fonte de recursos, exceto suas economias, para gastos que não previstos na Agnelo/Piva.