Cotidiano

Coca-Cola tem receita abaixo do esperado, puxada por China e América Latina

ATLANTA – A Coca-Cola divulgou nesta quarta-feira receita abaixo do esperado para o trimestre passado, em resultado afetado por fraqueza na China e alguns mercados da América Latina, incluindo o Brasil. A empresa afirmou ainda que não vê melhora nestas regiões no restante do ano. As ações da maior fabricante de refrigerante do mundo recuavam 3,5% após o resultado, em que a companhia cortou a projeção de crescimento de faturamento deste ano.

O lucro líquido atribuível a acionistas da Coca-Cola subiu 11%, para US$ 3,45 bilhões, ou US$ 0,79 por ação no trimestre passado. Excluindo eventos não recorrentes, a empresa teve lucro equivalente a US$ 0,60 por papel.

A receita operacional líquida caiu 5,1%, para US$ 11,54 bilhões, a quinta queda trimestral consecutiva. Analistas, em média, esperavam lucro de US$ 0,58 por ação, sob receita de US$ 11,63 bilhões, segundo a Thomson Reuters.

A multinacional cortou sua previsão de crescimento de receita orgânica para 3%, ante estimativa na faixa de 4% a 5%. A receita orgânica exclui o impacto de movimentos cambiais, aquisições e desinvestimentos.

As vendas da empresa na China foram afetadas por redução de estoques por parte de atacadistas diante da demanda menor dos consumidores no país, afirmou o diretor operacional da companhia, James Quincey, em teleconferência após divulgação dos resultados. A Coca-Cola afirmou que está trabalhando para lidar com mudanças de preferência dos consumidores na China, como a crescente demanda por água premium e queda na popularidade de sucos.

A empresa, assim como várias multinacionais, também está lidando com níveis elevados de inflação em algumas economias latino-americanas, incluindo Brasil, Argentina e Venezuela. A América Latina respondeu por cerca de 9% da receita total da Coca-Cola em 2015.

Quincey afirmou que medidas recentes tomadas pela Argentina para melhorar a economia causou uma contração de curto prazo que acelerou no segundo trimestre, impactando o negócio no país.

A receita na América do Norte, o maior mercado da empresa, cresceu 2% no segundo trimestre encerrado em julho, enquanto a receita caiu em outras regiões.