Cotidiano

CNC prevê queda de 0,5% no ano

Rio de Janeiro – As paralisações de maio e a carência de investimentos mantêm as expectativas do setor do comércio no campo negativo e a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), em consequência, projeta queda de 0,5% no volume de receitas do setor, no fechamento do ano.

As projeções da Fecomércio foram feitas mesmo com o setor tendo fechado abril com volume de receitas de serviços tendo avançado 1% na comparação com março, segundo dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada quinta-feira (14) pelo IBGE, no melhor resultado do setor desde novembro de 2017, quando também registrou crescimento de 1%.

Na avaliação da CNC, ainda não é possível confirmar o início do processo de recuperação do nível de atividade nos serviços, mesmo porque nos quatro primeiros meses do ano, o setor acumulou retração de 0,6% ante o mesmo período de 2017, queda inferior àquela percebida nos mesmos períodos dos três últimos anos.

Para o economista-chefe da CNC, dentre as atividades que compõem o setor produtivo, as de serviços são as com maior dificuldade em recuperar o crescimento.

“Além do fraco nível geral de atividade econômica interna, a carência de investimentos, decorrentes das incertezas relacionadas ao quadro político de 2018, ainda se coloca como um obstáculo à recuperação das atividades contempladas na PMS, uma vez que a maior parte das receitas geradas tem origem na prestação de serviços entre as empresas”.

Ele explicou que, mesmo considerando a preservação do cenário favorável em relação ao comportamento dos preços e aos custos dos investimentos para a segunda metade de 2018, além da menor previsibilidade decorrente das indefinições do quadro político, “as incertezas deverão continuar promovendo a volatilidade cambial e inibindo os investimentos”.

Atividade econômica cresce 0,46% em abril

Depois de três meses de queda, a atividade econômica registrou crescimento em abril. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), dessazonalizado (ajustado para o período), apresentou crescimento de 0,46%, de acordo com dados divulgados ontem.

De acordo com os dados revisados, houve queda de 0,67% em janeiro, de 0,04% em fevereiro e de 0,51%, em março.

Na comparação com o mesmo mês de 2017 (sem ajuste para o período), houve crescimento de 3,7%. No ano, a expansão chegou a 1,55%. Em 12 meses, o crescimento ficou em 1,52%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.

O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país), calculado pelo IBGE.