Cotidiano

Clones de Dolly envelheceram de maneira saudável, diz estudo

20160726-153223.jpgQuatro cópias idênticas de Dolly, a famosa ovelha clonada que morreu prematuramente em 2003, já completaram nove anos e sobrevivem sem problemas, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira.

Debbie, Denise, Dianna e Daisy, irmãs idênticas nascidas 11 anos depois, se encontram “em boa saúde”, segundo pesquisadores que estudam o envelhecimento dos animais clonados.

As quadrigêmeas foram criadas a partir das células da mesma glândula mamaria usando uma técnica denominada transferência nuclear de células somáticas (TNCS).

Nascida há 20 anos, no dia 5 de julho de 1996, Dolly desenvolveu artrite no joelho aos cinco anos e faleceu de uma infecção pulmonar aos seis, ou seja, a metade da idade normal para sua raça “Finn-Dorset”.

Os problemas de saúde de Dolly e sua morte prematura evidenciaram os riscos da clonagem. Além disso, ratos de laboratório que foram clonados também mostram uma propensão à obesidade e a morrer jovens.

Kevin Sinclair, da Universidade de Nottingham, examinou cuidadosamente as quatro “Dollies” nascidas em julho de 2007, assim como outras nove ovelhas, clonadas a partir de diferentes cultivos celulares.

Os 13 animais, que tinham entre sete e nove anos, são fruto de trabalhos de laboratório destinados a melhorar a eficiência da técnica TNCS. Os pesquisadores mediram a tolerância das ovelhas à glicose, sua sensibilidade à insulina, sua pressão arterial e a saúde óssea. O estudo é a primeira avaliação completa do envelhecimento de animais clonados.

Durante a pesquisa, os cientistas observaram alguns casos de artrite mediana e um caso mais severo, incomuns nessa faixa etária. Nenhuma das ovelhas é coxa como era Dolly.

ENVELHECER NORMALMENTE

A TNCS implica em extrair o núcleo e o DNA de uma célula que não seja de um óvulo ou espermatozóide- uma célula da pele, por exemplo- e implantá-lo em um óvulo fecundo, que tenha o núcleo retirado previamente.

Uma vez implantado, o ovo reprograma o DNA e começa a desenvolver um embrião. Que se tenha conhecimento, nenhum ser humano foi jamais criado dessa forma. Apesar de recentes melhoras, a técnica segue sendo ineficiente e cara. Só alguns clone sobreviveram ao nascimento.

“O consenso respaldado por dados é que aqueles que conseguem sobreviver são sadios e parecem envelhecer normalmente”, aponta o estudo publicado na revista “Nature”.

A clonagem animal é utilizada pelo setor agrícola, especialmente para criar gado, mas também para devolver às pessoas seus animais de estimação mortos.