Esportes

Clima de arraial à beira do cais

O público que observa a exposição sobre o patrimônio imaterial brasileiro, de repente, é surpreendido por uma banda de pífanos de Caruaru. Embalados pelos músicos, os visitantes saem em cortejo atrás do grupo e caem na dança, animados por bailarinos em roupas do folclore nordestino, num cenário que lembra as festas juninas do interior da Paraíba e de Pernambuco. Pertinho dali, no mesmo armazém do Porto, crianças fazem barulho enquanto esperam para jogar basquete e correr numa pista de atletismo. Isso em cadeiras de rodas, como se fossem atletas paralímpicos. Ainda no galpão, uma sala escura com um telão transporta os espectadores diretamente para as Cataratas do Iguaçu.

Casa fica aberta até dia 18

Com um pé na diversidade cultural do país e outro no esporte, a Casa Brasil virou um dos lugares preferidos do público ? basicamente carioca ? que tem lotado o Boulevard Olímpico. Basta ver a fila na entrada, gratuita. O espaço foi montado em dois armazéns ? 1 e 2. Dá para gastar umas boas horas só visitando o complexo, onde o clima tem sido de festa, mesmo com a espera às vezes longa para as atrações mais concorridas. A casa fica aberta até 18 de setembro.

No Armazém 1 há desde um simulador de voo de tecnologia verde e amarela, que leva o visitante a pilotar uma aeronave sobre a orla do Rio, a uma área dedicada somente à degustação de cafés brasileiros. Também há um palco para saraus de poesia e uma exposição bem inusitada: do artista de São Paulo William Kass, que usa pães, massas e biscoitos para criar cenas esportivas ou relativas ao Rio. Cada obra é acompanhada por uma foto que dá uma dimensão mais realista ao trabalho surreal.

Estreia com 23 mil pessoas

O passeio pela Casa Brasil ? que recebeu, somente no seu primeiro dia, 23 mil pessoas (13 mil a mais que o esperado) ? continua por outras passagens com pegada mais high-tech. Com óculos 3D, é possível assistir a vídeos sobre a indústria e a cultura brasileiras.

? O melhor desse espaço é que ele apresenta muito a cultura do Brasil. Tive a oportunidade de conhecer várias cidades do país sem sair do lugar ? disse o chileno Juan Mario Cortez, de 62 anos, que pisa pela primeira vez no Rio, citando uma exposição montada pela Embratur sobre destinos brasileiros.

Para o diretor de planejamento e gestão do Ministério do Turismo, Jun Yamamoto, o lugar representa o caldeirão de cultura do país:

? A casa pretende melhorar a imagem do Brasil, seguindo a linha da diversidade turística e cultural. Outro ponto que valorizamos é o incentivo à prática de esportes.