Cotidiano

Clima compromete produtividade da soja

Cascavel – A chuva dos últimos dias tem sido bastante benéfica às lavouras de soja em Cascavel. Em 557 mil hectares cultivados em 28 municípios cobertos pelo Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel, espera-se colher 2,079 milhões de toneladas da oleaginosa, mas este número ainda é uma estimativa e pode mudar para menos. O que mais preocupa os produtores neste momento são as baixas temperaturas registradas em alguns dias do mês passado e no começo deste mês, extremamente maléficas ao desenvolvimento do cereal.

Segundo a economista do Deral (Departamento de Economia Rural) Jovir Esser, tem sido comum encontrar plantas ainda muito pequenas e com um desenvolvimento aquém para o estágio que se encontram. Estima-se que 59% das lavouras estejam em desenvolvimento vegetativo, 36% em floração e 5% em frutificação. “Certamente estas baixas temperaturas influenciarão na produtividade, com redução nos números. Mas um panorama mais preciso só teremos em um boletim na metade deste mês”, informou.

Na sexta-feira passada, a saca de oleaginosa estava cotada a R$ 70,50. Se a estimativa de produção se confirmar, na regional a rentabilidade com o grão será de quase R$ 2,5 bilhões, cifras que devem mudar o cenário de crise, ou ao menos reestimular o consumo. Mas até a colheita, muita coisa precisa acontecer. As primeiras sacas só serão colhidas a partir de janeiro e, até lá, o que se espera são temperaturas mais elevadas, chuvas no momento certo e distâncias de pragas e doenças.

Trigo

Pela primeira vez em quase 60 dias, uma cooperativa da região colocou o trigo de volta no mercado a R$ 33 a saca. A queixa dos produtores é a falta de mercado para o produto que, neste ano, teve uma produtividade excepcional, além de uma qualidade como há muito não se via.

Até o fim de semana passado, cerca de 50% de tudo o que foi colhido na regional continuava estocado, o que representava cerca de 197,5 mil toneladas do cereal.