Cotidiano

Cidadania também se aprende na escola

minicidade1.jpgA boa formação escolar vai muito além de uma nota dez e da aprovação no vestibular. O papel da escola é preparar crianças e jovens para serem cidadãos mais conscientes, críticos e participativos. Dessa forma, eles poderão exercer seus direitos e deveres de forma mais responsável. Para isso, é preciso pensar a educação sob diferentes e novos pontos de vista, transformando as antigas práticas e buscando alternativas inovadoras.

Uma iniciativa de destaque tem sido realizada no Centro de Educação e Cultura (CEC), escola particular de ensino infantil, fundamental e médio, localizada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O colégio construiu uma minicidade, que reproduz o funcionamento de instituições reais como biblioteca, escola, hospital, fórum, correio, mercado e prefeitura. O local tem até uma casinha de dois andares, com cômodos onde tudo funciona. E, como toda cidade, ela precisa de um prefeito para funcionar. E é aí que os alunos passam a vivenciar o processo eleitoral.

Durante a eleição, os alunos-candidatos fazem suas propostas de governo, discutindo suas ideias com a coordenadora da minicidade e com a direção pedagógica, a fim de alinhar os projetos com a prática, evitando promessas mirabolantes e inviáveis.

? Depois de eleito, o aluno tem seu horário de trabalho na minicidade e suas propostas ficam expostas para que ele possa desenvolver item a item. Incentivamos os eleitores a fazerem essa cobrança. A criança que passa por esse tipo de experiência já avança nessa reprodução quando estiver na hora de escolher os representantes de sua cidade, governo e país ? explica Carmina Santos Mattos, diretora pedagógica da escola.

IMG_8997.JPGEntre as responsabilidades do prefeito estão a promoção de campanhas de arrecadação de brinquedos ou de mantimentos e o incentivo a ações de vacinação contra o HPV, por exemplo.

– Não basta ensinar a tirar o título e a usar a máquina para votar. Não basta só saber na teoria a função de cada representante. O que queremos é formar um cidadão crítico, ético e autônomo, que vai ter capacidade de ouvir as melhores propostas, ponderar e votar com reflexão, se mantendo ativo e participativo durante os quatro anos que se seguirem.

Cidadãos críticos e participativos

Além da eleição, a minicidade promove também a vivência em outros temas como educação no trânsito, meio ambiente e educação financeira, para oferecer aos alunos a possibilidade de uma relação crítica e participativa com seu meio. Todas as situações e simulações são pedagogicamente planejadas, a fim de permitirem maior interação social, valorização dos interesses e talentos e construção de um conhecimento prático.

? Fazemos passeios com eles ao supermercado, ensinando a comparar marcas e analisar quantidade na embalagem versus preço.

Participação da família é fundamental

A cidadania também precisa ser vivenciada dentro de casa e, por isso, a parceira com a família é fundamental. Estreitar o relacionamento e explicar os objetivos de cada ação, a fim de que o trabalho continue também com os pais, é parte primordial de uma formação completa.

? Quando a gente consegue unir família, aluno e uma equipe afetuosa e capacitada de professores, os resultados vão aparecer.

Para o CEC, aprender a ser cidadão é uma tarefa que deve ser iniciada cedo, para que crianças possam ser parte ativa na construção de um país e de um mundo melhor.