Cotidiano

Chuva “desmorona” Cascavel

Em diversos pontos da cidade o solo cedeu, e até uma cratera se abriu na lavanderia desta casa

Chuva “desmorona” Cascavel

O temporal que atingiu Cascavel no fim da noite de quinta-feira e madrugada de ontem provocou alagamentos em diversos locais da cidade, causando desmoronamentos e muita destruição.

A força da enxurrada devastou duas casas na esquina da Rua Sete de Setembro com a Rua Vitória. O local é uma área de preservação ambiental onde passa um afluente do Rio Quati cuja canalização não suportou o volume de água.

No Bairro Guarujá um muro do lado do ginásio de esportes do Colégio José Baggio Orso caiu. A associação de pais e funcionários da instituição havia feito um seguro do prédio, por esse motivo, as obras de reconstrução já começaram e no máximo em 30 dias a situação estará normalizada.

No Bairro Esmeralda a chuva abriu uma cratera na Rua Citrino quase esquina com Rua Cristal, e todas as casas da esquina ficaram alagadas. No Alto Alegre, parte do asfalto da Rua Hercílio Luz foi arrancada pela força da chuva, um grande buraco se formou no local.

A Copel informou que cerca de 14 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica à noite, mas o abastecimento foi normalizado uma hora depois.

Ecopark Oeste

Uma das situações mais graves foi registrada no fim da Rua Tamoios, na obra do Ecopark Oeste, na região do Bairro Santa Cruz. O bueiro em obras para canalização do Córrego Bezerra rompeu e levou levando ao rompimento da rede e a água se misturou ao lixo no local e invadiu três casas, estragando móveis e equipamentos.

Das três casas, duas são de famílias que ocupam a área de preservação que vai integrar o Ecopark Oeste.

De acordo com a prefeitura, o bueiro foi desentupido e a empresa Contersolo, responsável pela obra, vai ressarcir as três famílias dos prejuízos com os móveis danificados e disponibilizou um caminhão-pipa para fazer a limpeza do local.

No total, seis famílias vivem na área de preservação e, segundo a prefeitura, já houve acordo com a Cohavel e todas se comprometeram a deixar a área até 10 de março. Elas teriam se comprometido a pagar aluguel durante seis meses até que a Cohavel construa as moradias em terrenos já definidos. Depois da realocação, elas terão 240 meses para quitar as moradias ao Município.

Ações emergenciais

A prefeitura não informou se está realizando um controle das famílias atingidas por meio da Secretaria de Assistência Social.

Já sobre os estragos de calçadas e ruas, a Secretaria de Obras informou que está atendendo as demandas mais urgentes, especialmente os locais que apresentam risco. E que, na medida do possível, todos os pontos com problemas serão solucionados.

Regiões mais atingidas

A tenente Marcela Schwendler, do Corpo de Bombeiros, repassou o balanço de ocorrências: três cortes de árvores, três alagamentos, um destelhamento e um desabamento. Os bairros mais atingidos foram Parque São Paulo, Maria Luiza, Paulo Godoy, Montreal, Universitário, Santa Cruz e Alto Alegre.

Durante o período de chuva intensa, a Defesa Civil recebeu pelo menos 16 chamados de alagamentos em vários pontos da cidade e de quatro destelhamentos. Foram entregues lonas para dez residências.

74,8 milímetros

Segundo o Simepar, choveu em Cascavel o equivalente a 74,8 milímetros durante o temporal. O meteorologista Paulo Barbieri explicou que a tempestade ocorreu devido a uma área de instabilidade relacionada ao calor e à umidade. “Continuamos em estado de alerta de tempestade. Recomendamos que a população fique atenta e não saia de casa nos momentos de chuva”, disse.

Previsão do tempo

Segundo o Simepar, para esta sexta-feira segue previsão de chuva, mas em volume bem menor, e continua o alerta de temporal, com rajadas de ventos de até 50 km/h. Já no sábado, a probabilidade de chuva chega a 80% com previsão de 11 milímetros e ventos de até 40 km/h. No domingo, a probabilidade é de 60%, com 2 milímetros de chuva e ventos de até 28 km/h.

Empresa será notificada após desmoronamento

Uma empresa que fica às margens da BR-277 será notificada pela Ecocaratas por falta de cuidado com o escoamento da água que cai das calhas. Essa água teria provocado o desmoronamento de parte de um barranco na marginal da rodovia, próximo ao viaduto do Bairro Guarujá. A pista precisou ser interditada até a remoção da lama.

Durante a tarde de ontem os engenheiros da Ecocaratas, concessionária que administra o trecho, estiveram no local para avaliar se houve algum prejuízo estrutural no local e constataram o problema. A empresa terá um prazo para fazer a adequação do escoamento para uma caneleta específica que será implantada pela concessionária para que a água não seja despejada no barranco. A lama da marginal já foi removida e a grama deve ser plantada novamente no local do desabamento para ajudar a conter a terra.