Cotidiano

Chuva atrasa o plantio de 100 mil hectares de soja

Antes era a secura, agora é o excesso de água que impede a entrada das máquinas no campo

Toledo – Mais uma vez o clima e o tempo estão interferindo diretamente no andamento da safra de verão. A tão esperada chuva veio e somente no fim de semana foram mais de 200 milímetros na região, muito bem-vindos, diga-se de passagem, aos mais de 900 mil hectares cultivados com soja. Só que ainda há pouco mais de 100 mil hectares em todo o oeste, considerando os 48 municípios atendidos pelos núcleos de Toledo (20) e de Cascavel (28) que ainda não foram plantados com a oleaginosa.

Isso significa, segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural) do Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel José Pértille, um novo atraso na safrinha, cultivada no início do ano que vem, principalmente com milho.

A preocupação agora é ter que esperar tempo demais para concluir a semeadura, porque o solo está bastante encharcado e não dá para entrar com as máquinas no campo. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, a chuva pode dar tréguas na quarta e na quinta-feira desta semana, mas não deve ser suficiente para secar as áreas ao ponto de reiniciar a semeadura. Na sexta e no sábado pode voltar a chover, a princípio com pancadas, e essas condições deverão se manter assim pelos próximos dias.

Fim do prazo

Segundo Pértille, o que está se evidenciando para a safrinha de 2018 é uma possível diminuição na área de milho, porque o zoneamento se encerra no início de fevereiro e parte da soja ainda não teria sido colhida até lá. Assim, o resultado iminente será o aumento da área com trigo. “Neste ano temos somente no núcleo de Cascavel 568 mil hectares que serão plantados com soja e para o milho safrinha deste ano foram pouco menos de 400 mil hectares, então ainda se tem uma folga em área, o que pode de fato ocorrer é diminuição de milho e aumentar a de trigo no próximo ano”, reforça.